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Terça-feira, 10 out 2023 - 09h26
Por Maria Clara Machado

Alto Vale do Itajaí: Taió enfrenta a maior enchente da história

As chuvas volumosas de outubro estão castigando o estado de Santa Catarina, que contabiliza 82 municípios em situação de emergência. O cenário começou a se agravar desde a quarta-feira passada com registros de alagamentos e deslizamentos em 135 municípios catarinenses, segundo balanço atualizado da Defesa Civil do estado.

Imagem aérea de Taió, no Alto Vale do Itajaí, dia 9 de outubro. Cidade catarinense enfrenta a pior enchente da história. Crédito: Roberto Zacarias/SECOM/Defesa Civil SC
Imagem aérea de Taió, no Alto Vale do Itajaí, dia 9 de outubro. Cidade catarinense enfrenta a pior enchente da história. Crédito: Roberto Zacarias/SECOM/Defesa Civil SC

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O Corpo de Bombeiros contabilizou quase 900 atendimentos desde a quarta-feira, sendo quase 500 apenas entre domingo e o final da segunda-feira. Duas vítimas fatais foram confirmadas em Rio do Oeste e Palmeira.

Do total de notificações, mais de 300 foram registradas somente no Alto Vale do Itajaí, a região mais atingida pelas cheias neste evento.

As regiões sul, norte, oeste, Vale do Itajaí, área serrana e a Grande Florianópolis, estão na lista dos municípios que decretaram situação de emergência até o momento.

Taió debaixo d’água
O município de Taió, no Alto Vale do Itajaí, é um dos mais castigados e enfrenta a pior enchente da história, segundo a prefeitura da cidade. O rio em Taió chegou a 12,40 metros e as águas tomaram ruas, comércio e moradias de praticamente todos os bairros, isolando a região.

Águas do rio Taió inundaram todos os bairros da cidade. Imagem dia 9 de outubro. Crédito: Roberto Zacarias/SECOM/Defesa Civil de SC
Águas do rio Taió inundaram todos os bairros da cidade. Imagem dia 9 de outubro. Crédito: Roberto Zacarias/SECOM/Defesa Civil de SC

As barragens de Taió e Ituporanga alcançaram a capacidade máxima e começaram a verter no domingo. O procedimento é feito quando o volume de água atinge os pontos de contenção de cheias das barragens. Para evitar que a barragem transborde e a catástrofe seja ainda maior, a água segue pelo vertedouro, passando o fluxo para o rio.

O Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Fabiano de Souza, explicou em uma coletiva no domingo, que em casos de enchentes as comportas são fechadas, fazendo que o nível do reservatório se eleve até o limite do vertedouro, que então começa a extravasar. O fluxo de água passa pelo vertedouro e não por cima da barragem.

A capacidade da Barragem Sul (Ituporanga) e da Barragem Oeste (Taió) está em 118% e 115%, respectivamente.

Barragem vertendo em Taió. Crédito: Divulgação Rádio Educadora de Taió
Barragem vertendo em Taió. Crédito: Divulgação Rádio Educadora de Taió

Já a Barragem Norte (José Boiteux) teve as comportas fechadas na tarde do domingo e estava com 68% da capacidade do reservatório até a noite de segunda-feira. Segundo o Corpo de Bombeiros, a barragem nunca verteu desde o início das operações na década de 1990.

O nível do rio Taió baixou ligeiramente e estava com 12,31 metros na medição das 17 horas de segunda-feira.

Mais de 50 estradas estão com interdições
Também há bloqueios e interdições em mais 50 estradas estaduais de Santa Catarina, sendo a situação mais crítica justamente no Vale do Itajaí.

Ontem, com uma trégua da chuva, os trabalhos de recuperação das vias no estado puderam começar.

Rodovia SC355, km 151, em Jaborá. Os trabalhos de recuperação começaram na segunda-feira. Crédito: Divulgação SIE
Rodovia SC355, km 151, em Jaborá. Os trabalhos de recuperação começaram na segunda-feira. Crédito: Divulgação SIE


SC continua em atenção
A Defesa Civil de Santa Catarina continua em atenção para a previsão de mais chuva volumosa em especial na quarta-feira, quinta-feira e sexta-feira, inclusive no Alto Vale do Itajaí.

O risco de alagamentos e deslizamentos continua alto, por conta dos rios que já receberam muita chuva e estão com os níveis elevados.

A Região Sul vem recebendo chuvas fortes e volumosas em eventos frequentes potencializados pelo efeito do El Niño. O fenômeno tende a aumentar a chuva no Sul do Brasil e principalmente no Rio Grande do Sul, outro estado bastante castigado pelas cheias dos rios nas últimas semanas.

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