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Quarta-feira, 29 mar 2023 - 08h36
Por Maria Clara Machado

Área de gelo do mar Ártico diminui 1 milhão de quilômetros quadrados neste inverno

O gelo marinho do mar Ártico parece ter atingido sua extensão máxima da temporada de outono-inverno 2023 no último dia 6 de março. É nesta época que há condições para a área de gelo crescer no Hemisfério Norte, mas o final do período este ano novamente revelou uma extensão de gelo marinho abaixo da média histórica.

O mapa mostra a extensão do gelo do mar Ártico no dia de seu máximo anual em 6 de março de 2023. Crédito: NASA
O mapa mostra a extensão do gelo do mar Ártico no dia de seu máximo anual em 6 de março de 2023. Crédito: NASA

Segundo informações adquiridas por satélites, a extensão de gelo marinho no Ártico em março de 2023 é a quinta mais baixa desde o início dos registros em 1979.

Você pode preferir ouvir essa notícia no Podcast O que esperar do degelo no Ártico em 2023?

Sem recuperação por mais um ano
Os dados de satélites da NASA mostram que a extensão do gelo do mar Ártico atingiu o pico de 14,62 milhões de quilômetros quadrados em março, encolhendo aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados em relação a média de 1981-2010. Numa comparação, a área reduzida é equivalente a extensão territorial dos estados norte-americanos do Texas e Arizona juntos.

Desde que se tem registros da região, os dez anos com as maiores perdas na área de gelo do Ártico ocorreram a partir de 2006.

Angela Bliss, cientista de gelo marinho do Goddard Space Flight Center, da NASA, explica que esta tendência vem acontecendo em parte porque a temporada de derretimento do verão aumentou mais nos últimos anos.

Assim, uma estação de derretimento mais longa permite que o oceano absorva mais luz solar, o que adiciona mais calor e reduz o crescimento do gelo durante o outono e o inverno seguintes.

O que esperar para o verão de 2023?
O máximo anual do gelo no mar Ártico já foi atingido e daqui para frente as condições climáticas, serão em grande parte, determinantes para o período de derretimento do gelo marinho, que ocorre durante a primavera e o verão no Hemisfério Norte, de acordo com as explicações da pesquisadora Bliss, que estuda os ciclos sazonais da região.

Os próximos meses devem mostrar com qual velocidade o degelo vai ocorrer no Ártico e qual será a extensão mínima de gelo marinho atingida este ano, o que normalmente acontece em setembro.

Os últimos anos têm sido preocupantes mostrando uma tendência de queda da extensão mínima do gelo marinho no Ártico. O histórico mostra que nos últimos 16 anos, entre 2007 e 2022, ocorreram as extensões mínimas mais baixas de quatro décadas.

Gráfico mostra os períodos do menor máximo e do menor mínimo de gelo marinho no Ártico observado nos últimos anos. Crédito: NASA
Gráfico mostra os períodos do menor máximo e do menor mínimo de gelo marinho no Ártico observado nos últimos anos. Crédito: NASA

Os mínimos baixos são normalmente vistos como mais importantes do que os máximos baixos, porque os mínimos estão diretamente ligados a quantidade de gelo marinho que sobreviveu de um ano para outro no Ártico e a longo prazo possui impacto significativo no habitat da região e no clima do planeta, explicam os especialistas.

Dados do Greenpeace mostram que a camada de gelo permanente no Ártico corresponde a 3% do oceano, enquanto na década de 80 a porcentagem era de 20%, sendo o aquecimento global a principal causa do degelo acelerado nesta porção do globo.

Relembre:

Derretimento da camada de gelo da Groenlândia é o maior já registrado em 43 anos



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