Segunda-feira, 21 nov 2022 - 15h54
Por Maria Clara Machado
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), realizada entre 6 e 20 de novembro, no Egito, terminou com o compromisso da criação de um novo fundo de perdas e danos climáticos voltado às nações mais vulneráveis aos desastres do clima. Entretanto, pouco se avançou nas metas de redução dos gases de efeito estufa.
Inundações catastróficas e frequentes estão entre as principais consequencias das mudanças climáticas. Crédito: Divulgação Cruz Vermelha/@ifrc As negociações que deveriam ter sido encerradas na última sexta-feira, dia 18 ganharam uma prorrogação para os acordos finais entre os países participantes. O novo fundo vai funcionar como um financiamento de compensação aos países mais vulneráveis e sem recursos afetados fortemente pelos desastres climáticos e que menos contribuem para a crise do clima. Segundo declaração do secretário-geral da ONU Antônio Guterres, “a COP27 deu um passo importante em direção à justiça” e parabenizou o acordo. Guterres ressaltou que “o fundo não será suficiente, mas é um sinal político muito necessário para reconstruir a confiança quebrada”, e firmou o compromisso do apoio da ONU nas etapas necessárias. Vinte e quatro países devem fazer parte de um comitê para a elaboração do funcionamento do fundo, mas ainda serão determinados os participantes selecionados.
Imagem de satélite mostra o globo terrestre direto da ISS. Crédito: imagem ilustrativa/ NASA Ficou a desejar metas mais rígidas sobre a necessidade de limitar o aumento da temperatura global em 1,5°C nos próximos anos respeitando o Acordo de Paris, assim como mais discussões relacionadas às causas do aquecimento global. Guterres enfatizou a questão em seu discurso final declarando que os países precisam investir massivamente em energias renováveis. O apelo foi para a aceleração da eliminação gradual do carvão e o aumento do uso de energias alternativas fazendo um pedido para um pacto de solidariedade climática. O secretário-geral lembrou que o tempo é curto e que o prazo para as metas do Acordo de Paris precisa ser cumprido até 2030.
A ideia é combinar dados de satélite e inteligência artificial para mostrar as emissões em nível de instalação de mais de 70 mil locais em todo o mundo, incluindo empresas na China, Estados Unidos e Índia. Outro destaque foi o chamado Plano Mestre com o objetivo de acelerar a descarbonização de cinco grandes setores: energia, transporte rodoviário, aço, hidrogênio e agricultura, apresentado pela presidência egípcia da COP27. A Agricultura foi grande destaque e pela primeira vez numa COP, um dia inteiro foi dedicado ao tema, que segundo os especialistas, contribui com um terço das emissões de gases do efeito estufa no planeta, sendo assim parte crucial de soluções para o futuro. |
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