Terça-feira, 6 fev 2024 - 10h41
Por Maria Clara Machado
Já passa de 500, o número de casos suspeitos de banhistas intoxicados em praias de Pernambuco e Alagoas, na Região Nordeste. O fenômeno natural da maré vermelha, que ocorre durante o processo de floração de algas, pode estar causando o problema, impulsionado por fatores do clima na região.
Fenômeno da maré vermelha. Imagem ilustrativa. Crédito: divulgação/CETESB
Centenas de banhistas, surfistas e pescadores que frequentaram as praias de Tamandaré (PE), Maragogi (AL) e Barra de Santo Antônio (AL) neste período, tiveram sintomas como dor de cabeça, dor no corpo, náusea, dor abdominal, vômitos, irritação nos olhos, nariz, pele, mesmo no contato indireto com água do mar. Praia de Tamandaré, no litoral sul de Pernambuco, onde banhistas estão sendo orientados a não entrar na água ou se aproximar do mar. Crédito: divulgação Portal de Prefeitura Os especialistas explicam que durante o período de floração pode haver um crescimento excessivo de microalgas, conhecidas como dinoflagelados, e durante a fotossíntese as algas liberam toxinas, que entram em contato com seres marinhos e própria água do mar. Esse processo faz surgir manchas na superfície da água, em geral com uma coloração avermelhada e marrom. O aumento da temperatura da água do mar, a salinidade e o excesso de nutrientes são fatores que estimulam grandes populações de algas e o aparecimento da maré vermelha. O Instituto do Meio Ambiente (IMA) alerta para que os banhistas evitem os trechos do mar que estejam com a coloração diferente. De acordo com biólogos, o fenômeno costuma durar de 12h até 48h, mas é necessário se afastar das praias e aguardar de três a quatro dias para que toda a substância tóxica seja diluída nas águas do oceano.
O episódio recente do litoral do Nordeste pode ter isolado e ocorrido por um conjunto de fatores locais como ventos, correntes marinhas e nutrientes em excesso, que estimularam a concentração das algas em determinados trechos, afirmam especialistas. |
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