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Segunda-feira, 4 mar 2024 - 09h39
Por Maria Clara Machado

Cheia do Rio Acre é a segunda maior em 53 anos em Rio Branco

A cheia do rio Acre, na capital Rio Branco, no Norte do Brasil, já é a segunda maior da história. O nível do rio subiu mais durante o fim de semana e a marca atingiu os 17,77 metros na manhã desta segunda-feira, dia 4, pelas medições oficiais do Serviço Geológico do Brasil. O número de municípios em situação de emergência também subiu e cerca de 24 mil pessoas estão fora de casa em todo o estado.

Brasiléia é um dos municípios mais atingidos pela cheia do rio Acre. 12 bairros ficaram alagados. Crédito: RS/via Fotos Públicas
Brasiléia é um dos municípios mais atingidos pela cheia do rio Acre. 12 bairros ficaram alagados. Crédito: RS/via Fotos Públicas

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, a cheia do rio Acre é a segunda maior em Rio Branco, desde o início das medições na década de 1970. A marca atual superou o nível do ano passado e agora só está atrás da enchente de 2015, quando o nível do rio atingiu 18,40 metros em Rio Branco. A cota de transbordamento é de 14 metros na cidade.

A situação continua em alerta em Xapuri com o nível do rio Acre em 15,25 metros, acima da cota de inundação, que é de 13,40 metros. A mesma situação se repete em outras localidades.

Já Brasiléia, que registrou uma cheia histórica do rio Acre, começa ver as águas se estabilizarem, embora a situação ainda seja crítica com destruição de pontes, bueiros, lama espalhada e muitos danos.

Cheia histórica em Brasiléia
Em todo o município de Brasiléia, até 15 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas em 12 bairros e zonas rurais. Mais de mil pessoas permanecem em abrigos.

Uma situação inusitada aconteceu no bairro Leonardo Barbosa, que corria o risco de sofrer um rompimento total e ser deslocado durante a enchente, se tornando uma espécie de ilha, migrando para o lado da Bolívia, que faz fronteira com o Acre.

Segundo a prefeitura, uma avaliação mais detalhada da extensão dos danos e do que realmente ocorreu só poderá ser feita quando as águas baixarem totalmente.

Brasiléia vista do alto. Uma grande cratera de 40 m de comprimento, 15 de largura e 4 m de profundidade se abriu na cidade. Crédito: Marcelo de Mochila/Fotos Públicas
Brasiléia vista do alto. Uma grande cratera de 40 m de comprimento, 15 de largura e 4 m de profundidade se abriu na cidade. Crédito: Marcelo de Mochila/Fotos Públicas

19 cidades estão em emergência no Acre
O aumento do nível do rio Acre e de igarapés já deixa 19 municípios, do total de 22, em situação de emergência em todo o estado, de acordo com o balanço atualizado da Defesa Civil.

Enchentes destruíram pontes e bueiros, afetando mais de 15 mil pessoas em Brasiléia, no Acre. Crédito: Marcelo de Mochila/Fotos Públicas
Enchentes destruíram pontes e bueiros, afetando mais de 15 mil pessoas em Brasiléia, no Acre. Crédito: Marcelo de Mochila/Fotos Públicas

O Acre, que já teve 100 mil pessoas afetadas pelas enchentes de fevereiro, tem no momento 24 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas, sendo 14 mil pessoas fora de casa só em Rio Branco. 43 bairros sofrem com as inundações na capital.

Nesta segunda-feira, uma comitiva de ministros do governo federal irá ao Acre para encontro com as autoridades locais. A Defesa Civil e o Exército trabalham ainda no resgate de famílias ilhadas.

A meteorologia prevê chuvas mais isoladas para o estado do Acre neste começo de semana, o que pode ajudar na estabilização do nível dos rios, sinalizando uma trégua.

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