Terça-feira, 28 jul 2020 - 14h33
Por Maria Clara Machado
Chuvas de monções já são recordes em julho em muitas partes da Ásia
Dados de satélites da NASA computados em mapas revelam o enorme acúmulo de água entre os dias primeiro de junho e 20 de julho sobre partes da Ásia, em particular no sul e leste da China, sul do Japão, na Índia, no Nepal, em Bangladesh e no oeste de Myanmar. O total de chuva superou mil milímetros nas áreas em vermelho mais escuro neste período das monções.
![]() Mapa baseado em dados de satélites da Nasa revela as áreas que tiveram mais de mil milímetros de chuva na cor vermelho escuro desde o início das monções em primeiro de junho. A chuva já bateu recordes em várias partes da Ásia neste julho de 2020. Crédito: NASA. As chuvas de monções da Ásia são as chuvas de verão, geralmente torrenciais e que têm um importante papel de reabastecer os rios e represas, mas todos os anos o excesso de água gera graves inundações e afeta milhares de pessoas na região. As recentes chuvas de meados de julho chamam atenção e já foram consideradas recordes deslocando milhares de pessoas no sul e leste da Ásia. Segundo a Organização meteorológica Mundial, muitas áreas do centro, norte e nordeste da Índia tiveram chuva acima do normal. Surpreendeu a chuva no estado indiano de Assam, que recebeu 889 milímetros no período entre junho e 22 de julho, cerca de 20% a mais que o normal. Somente na Índia e no Nepal, as inundações deixaram 4 milhões de desabrigados. Partes do oeste do Japão também enfrentaram chuvas torrenciais três vezes acima da média em uma semana no começo de julho. As inundações e deslizamentos causaram o maior número de mortes relacionadas à chuva no Japão em 30 anos. O centro-sul e leste da China foram as áreas mais atingidas pelas monções. Dezenas de lagos e rios subiram e as inundações e deslizamentos são históricos.
Ao longo do tempo, o rio Yangtze, seus afluentes e lagos passaram por um grande desenvolvimento para geração de energia, armazenamento de água e controle das inundações. Hoje, toda a bacia tem milhares de reservatórios e inúmeras represas. ![]() Imagem de satélite mostra a barragem de Três Gargantas e os portões abertos na tentativa de regular o fluxo da água. O nível do reservatório bateu o recorde da história em meados de julho após as chuvas de monções. Crédito: Earthobservatory/NASA. Imagens de satélite divulgadas no fim de semana pela NASA mostram do espaço parte desta situação. O grande volume de água das monções por despejadas nos mais de 2 mil reservatórios, um deles atrás da barragem das Três Gargantas, na província de Hubei, parte central da China. No intuito de regular o fluxo da água, os portões da barragem foram abertos, como mostram as imagens adquiridas no Landsat 8, da NASA, no dia 30 de junho, um mês após o início da temporada de chuvas. As imagens de satélite foram compostas em cores naturais e no canal infravermelho, para melhor destacar o fluxo da água. A grande quantidade de água que sai dos portões reflete a luz e por isso aparece na imagem mais esbranquiçada. ![]() Imagem de satélite da barragem de Gezhouba que também teve seus portões abertos após as monções de junho e julho. Crédito: Earthobservatory/NASA. Outra imagem de satélite, do mesmo dia, é da barragem de Gezhouba, localizada a 26 quilômetros a sudeste das Três Gargantas, e que também teve seus portões abertos. A China teve até agora duas ondas de inundações severas com nível da água recorde no reservatório das Três Gargantas em 19 de julho. Segundo dados da barragem o nível da água atingiu 164,18 metros, superando a medição de 163,11 metros em 2012. O reservatório foi projetado para manter um nível máximo de água de 175 metros. |
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