Chuvas volumosas causam novas inundações no RS com formação de outro ciclone

Os alagamentos e inundações se repetiram no Rio Grande do Sul com o retorno da chuva forte durante a formação de um novo ciclone ao longo da quarta-feira. Vários rios já estavam cheios e a chuva volumosa acima de 100 mm agravou de novo a situação, em particular no leste e sul do estado gaúcho. A Defesa Civil mantém alertas em vigor.

Município de Pedro Osório, no sul gaúcho, sofreu inundação com o transbordamento do rio Piratini dia 12. Crédito: Divulgação via facebook/ Prefeitura Municipal de Pedro Osório

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Defesa Civil mantém alertas de inundações ativos
O novo ciclone extratropical avançou para o mar e deu origem a uma frente fria nas últimas 24 horas, porém as nuvens que restaram ainda provocam chuva no leste do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira, dia 14, avisa a meteorologia.

De acordo com a Defesa Civil várias áreas do Rio Grande do Sul permanecem em alerta de inundação:

Há alerta para o rio Ibirapuitã em lenta elevação em Alegrete, os arroios São Lourenço e Caará, e o rio Gravataí com elevação em todo o seu curso.

Os alertas de inundações se estendem para o rio Uruguai em elevação de São Borja a Uruguaiana, no Guaíba ainda em elevação e a cheia do rio Jacuí, em elevação a partir de Cachoeira do Sul. Todos os avisos são válidos entre o período da manhã e da tarde desta quinta-feira, dia 14.

Alertas de inundação no RS para esta quinta-feira, dia 14. Crédito: Divulgação Defesa Civil Estadual.

A chuva forte voltou a atingir municípios do sul, centro e oeste gaúcho, provocando alagamentos, inundações e novos estragos. Os acumulados variaram entre 100 mm a 200 mm numa lista de cidades, segundo as medições do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Entre os maiores volumes de chuva registrados estão as cidades de Camaquã, Santa Maria, Santiago, Encruzilhada do Sul e Caçapava do Sul.

A chuva desde o começo de setembro já superou a média em diversas cidades do Rio Grande do Sul com acumulados superiores a 300 mm:

Acumulados de chuva já superaram a média de setembro em diversas localidades gaúchas. Crédito: INMET

Aviso de ressaca no mar
As nuvens mais pesadas do ciclone e da frente fria estão sobre o Atlântico e provocam agitação marítima. Também há avisos de ressaca em vigor pela Marinha do Brasil.

As ondas podem chegar aos 3 metros de altura entre Rio Grande (RS) e Florianópolis (SC) e aos 2,5 metros entre Santos (SP) e Arraial do Cabo (RJ) durante esta quinta-feira.

Grande Porto Alegre sofre com transbordamentos de rios
A subida do rio Guaíba em decorrência das fortes chuvas provocou alagamentos e muitos transtornos na Grande Porto Alegre durante a quarta-feira.

Cinco arroios transbordaram na zona sul da capital com a água invadindo ruas e casas e famílias precisaram ser retiradas.

Durante a noite da quarta e a madrugada desta quinta-feira, a chuva grossa deixou bairros alagados e bloqueou estradas em Cachoeirinha, município da região metropolitana de Porto Alegre. Quase 250 pessoas foram retiradas das áreas inundadas com a ajuda de barcos.

Transbordamento do Guaíba provoca inundações na Grande Porto Alegre. Imagem da madrugada do dia 14. Crédito: reprodução redes sociais/@portoalegre24h

Avenida é tomada pelas águas na zona norte de Porto Alegre dia 13. Crédito: reprodução redes sociais/Mobilidade Porto Alegre.

BR 116 é tomada pelas águas
Mais inundações atingiram também trechos da BR 116 no sul do estado, bloqueando a rodovia por algumas horas em Camaquã. Também houve remoção de dezenas de famílias em Tapes e Camaquã.

Já no Vale do Taquari, região que sofreu com as graves enchentes durante a passagem do último ciclone extratropical, registrou aumento da chuva, o que acabou prejudicando os trabalhos de limpeza das cidades em recuperação. O último balanço da Defesa Civil do estado é de 47 mortos e 9 desaparecidos na maior tragédia climática da história no Rio Grande do Sul.

A imagem de satélite da manhã do dia 14 mostra as nuvens mais pesadas da formação do ciclone e da frente fria sobre o mar, já afastadas da costa do Brasil. Crédito: WINDY

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