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Quinta-feira, 29 fev 2024 - 14h37
Por Maria Clara Machado

El Niño agrava seca em Roraima que registra os piores incêndios em duas décadas

Os efeitos da forte estiagem juntamente à disparada dos focos de incêndio este ano estão por todos os lados no estado de Roraima. O cenário é assustador de terra seca, com plantações inteiras destruídas, moradias queimadas e animais mortos pelas chamas.

Moradores tentam combater incêndio no município de Amajari, em Roraima, dia 26 de fevereiro. Crédito: divulgação via X (twitter) @ClimaInfoNews
Moradores tentam combater incêndio no município de Amajari, em Roraima, dia 26 de fevereiro. Crédito: divulgação via X (twitter) @ClimaInfoNews

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A situação se agravou desde o fim de janeiro, quando os focos de incêndio saíram de controle num quadro de seca severa e altas temperaturas, resultando no pior cenário já enfrentado pelo estado em 25 anos.

O estado de Roraima é o primeiro no ranking de queimadas no país em 2024, segundo o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os dados atualizados são de mais de 2600 focos nos meses de janeiro e fevereiro, representando quase 30% do total de focos de queimadas no país.

Nove municípios estão com o decreto de situação de emergência reconhecido pelo governo federal: Amajari, Alto Alegre, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Normandia e Uiramutã.

Na capital Boa Vista, uma nuvem de fumaça dos incêndios urbanos e rurais se espalha, prejudicando a qualidade do ar, que foi considerada péssima na semana passada. O nível do rio Branco, que corta a capital, também está baixo.

Comunidades indígenas são afetadas
Os incêndios também atingem com gravidade as comunidades indígenas, que já perderam boa parte da produção e enfrentam grandes dificuldades para manter o que restou, por causa da escassez de água para irrigação.

Em particular, parte do território Yanomami vive uma situação extremamente crítica, pois já vinha de uma grave crise de desnutrição e casos de malária. Segundo relatos, o fogo queima na floresta onde a comunidade caça e os indígenas não estão conseguindo apagar.

Povo Yanomami é uma das comunidades indígenas que estão sofrendo com os incêndios em Roraima. Crédito: Divulgação Missão Catrimani
Povo Yanomami é uma das comunidades indígenas que estão sofrendo com os incêndios em Roraima. Crédito: Divulgação Missão Catrimani

El Niño e Mudanças Climáticas
A estação seca no estado normalmente vai de dezembro a abril, mas nos últimos meses a estiagem foi agravada em razão do fenômeno El Niño, que já vinha reduzindo as precipitações anteriormente, de maio a novembro, no período que seria de chuvas regulares.

Além do El Niño, as mudanças climáticas são apontadas como fator agravante na propagação dos focos, segundo os especialistas em clima. As altas temperaturas, a falta de chuva prolongada e a vegetação muito seca impulsionam as queimadas, que muitas vezes saem de controle.

Mais um agravante é a prática de produtores realizarem a chamada limpeza das áreas. “Durante a época seca é comum muitos produtores da agricultura familiar realizarem queimadas para a limpeza do pasto e do terreno para o plantio”, o que pode ser muito perigoso em uma situação de seca como esta, explica a Defesa Civil de Roraima.

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