Segunda-feira, 13 mar 2023 - 15h11
Por Maria Clara Machado
Um aumento da temperatura superficial das águas do Pacífico Leste começou a ser observado nas áreas costeiras próximas ao Peru e ao Equador, na América do Sul, nas últimas semanas. Essa mudança ocorre ao mesmo tempo em que as condições de La Niña enfraqueceram, principalmente no último mês.
Superfície da água do mar na costa do Peru e Equador começa a apresentar aquecimento acima do normal em março. Crédito: NOAA O órgão encarregado pelo Estudo Nacional do Fenômeno El Niño no Peru (ENFEN) divulgou uma nota à Imprensa alertando para o “estado de vigilância de El Niño costeiro”, indicando assim a alta chance do aquecimento superficial do Pacífico na região continuar neste final de verão até meados do outono de 2023. As temperaturas da superfície do mar na região podem atingir valores acima de 27°C e 26°C em março e abril, respectivamente. O El Niño costeiro, como o próprio nome diz, se restringe à costa do Peru e do Equador e a formação do fenômeno tem impactos mais restritos ao clima dos dois países sul-americanos, impulsionando eventos de chuvas volumosas. Chuvas mais intensas já vêm acontecendo em diversas regiões do Peru, associadas ao recente aumento da temperatura do mar. Anomalia obsevada no Pacífico leste no início de março. Crédito: NOAA
O governo do Peru declarou estado de emergência nesta segunda-feira, dia 13. As regiões de Lambayeque, Piura e Tumbes estão entre as mais castigadas pelo ciclone. Inundação atinge povoado de Lambayeque no fim de semana. Exército está atuando na região para resgatar famílias isoladas. Crédito: Divulgação pelo twiiter @martinseguras De acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia do Peru (Senamhi), o ciclone Yaku, considerado incomum, se formou associado ao aquecimento das águas e muito possivelmente ao desenvolvimento do El Niño costeiro. A meteorologia peruana identificou características tropicais em Yaku, mas não o comparou a um furacão. Segundo a Defesa Civil Nacional do Peru, 58 pessoas já morreram vítimas da estação chuvosa este ano.
O fim do La Niña foi decretado oficialmente no último dia 9 de março em boletim da NOAA e um período de neutralidade deve ser observado nos próximos meses no Pacífico central. Entretanto, a chance para a formação do El Niño a partir de meados de junho vem sendo monitorada pelos especialistas e os modelos vêm indicando a probabilidade acima de 60% do fenômeno se estabelecer. Projeções da NOAA indicam que o El Niño pode voltar a atuar a partir do meio do ano. Crédito: NOAA Uma transição das condições neutras para as condições quentes na superfície do oceano ocorreria a partir de maio, de acordo com a maioria dos modelos climáticos. O ENFEN deve divulgar o próximo boletim na segunda quinzena de março e acompanha atentamente as projeções na costa do Peru. |
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