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Segunda-feira, 25 set 2023 - 11h01
Por Maria Clara Machado

El Niño: já são 100 mil pessoas afetadas diretamente pela seca dos rios no Amazonas

A seca dos rios se agrava no estado do Amazonas com aumento para 12, no número de cidades em emergência, de acordo com a Defesa Civil. Desde o começo de setembro, o Amazonas se encontra sob o decreto de Situação de Emergência Ambiental em municípios do sul e na região metropolitana de Manaus por causa da estiagem. O El Niño poderá agravar ainda mais a situação na Região Norte nos próximos meses.

Estiagem rio Solimões em Tefé. A situação se agrava em dezenas de municípios. Crédito: Defesa Civil AM.
Estiagem rio Solimões em Tefé. A situação se agrava em dezenas de municípios. Crédito: Defesa Civil AM.

No total, 59 municípios, que representam praticamente todo o estado do Amazonas, são afetados pela estiagem. Além das 12 cidades em situação de emergência e 100 mil pessoas afetadas diretamente, outros 15 municípios se encontram em estado de alerta e 32 em atenção.

Na lista da Defesa Civil dos municípios em emergência estão Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Envira, Itamarati, Coari e Tefé.

Os rios mais secos mudaram a rotina de milhares de famílias, que estão enfrentando, entre vários problemas, a dificuldade no deslocamento, sem conseguir utilizar o transporte fluvial.

Só na calha do médio Solimões em Tefé, cerca de 2600 famílias já foram afetadas pelo baixo nível das águas.

A Defesa Civil alerta que o rio está 3 metros mais baixo na comparação com o mesmo período do ano passado e mais de 30 comunidades já estão com grande dificuldade de transporte.

Uma preocupação é com o estoque de alimentos e água potável de comunidades mais afastadas, que vivem à beira de igarapés, já que muitas deverão ficar isoladas com grande dificuldade de acesso ao município de Tefé, afirma o órgão.

As calhas dos rios Juruá e Alto Solimões também enfrentam pontos críticos e problemas para abastecimento básico.

São Paulo de Olivença, no Alto Solimões, está em situação de emergência por causa da estiagem. Crédito: Defesa Civil do AM.
São Paulo de Olivença, no Alto Solimões, está em situação de emergência por causa da estiagem. Crédito: Defesa Civil do AM.

Com a diminuição no nível dos rios, as grandes embarcações de carga que transportam alimentos e produtos de primeira necessidade e combustível para termoelétricas, não conseguem ter um fluxo normal, com atrasos na entrega, restrições e até interrupções de navegação, explica a Defesa Civil.

Com o agravamento da situação, o governo federal realiza uma reunião de emergência com os governantes do Amazonas e de Rondônia terça-feira, dia 26, para tratar de temas como a dragagem dos rios, processo de remoção dos sedimentos a fim de conseguir uma maior profundidade para a navegação.

Estiagem afeta o município de Benjamin Constant, que está sob decreto de emergência. Crédito: Defesa Civil AM
Estiagem afeta o município de Benjamin Constant, que está sob decreto de emergência. Crédito: Defesa Civil AM

El Niño reduz a chuva no Norte
As autoridades preveem mais dificuldades diante da perspectiva de uma das piores estiagens este ano para a Região Norte.

Os meses de julho a outubro, que são naturalmente meses de pouca chuva na região, enfrentam uma maior redução no volume de precipitação por influência do fenômeno El Niño.

O aquecimento das águas do Pacífico equatorial e leste tem influência direta no regime de chuva no Brasil e deve contribuir para reduzir a umidade, aumentar as temperaturas e até prolongar a estiagem na Região Norte este ano, explicam os especialistas em clima.

O El Niño deve atuar pelo menos durante os meses de primavera e verão 2023/2024, segundo as projeções da NOAA.

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