Terça-feira, 26 set 2023 - 10h14
Por Maria Clara Machado
Uma formação curiosa e impressionante chamou a atenção dos cientistas ao ser capturada por instrumentos e sensores em satélites da NASA. O evento aconteceu recentemente durante focos de incêndios florestais nas províncias de Colúmbia Britânica e Alberta, no Canadá.
Nuvens de fogo formam espiral impressionante sobre território canadense em meados de setembro. Crédito: Earth Observatory NASA Os grandes incêndios tomaram conta de florestas boreais no norte da Colúmbia Britânica e Alberta e ao sul dos Territórios do Noroeste, espalhando enorme quantidade de fumaça na temporada do verão de 2023. Por muitas vezes, os fluxos de fumaça forçaram evacuações de cidades próximas e atravessaram a fronteira, alcançando partes dos Estados Unidos. Focos desses incêndios ainda persistiam em meados de setembro, quando uma frente fria levou ventos fortes para o Canadá e resultou numa imagem de satélite impressionante. As nuvens em espiral cobrindo quilômetros do território canadense, vistas de cima podem até se confundir com uma tempestade tropical ou um furacão, mas a formação é resultado de muita fumaça e calor.
Uma frente fria provocou rajadas de ventos de até 65 km/h, que intensificaram os incêndios e ajudaram a alimentar as enormes nuvens de fogo, as conhecidas pirocumulonimbus, que em situações como esta, se formam pelo intenso calor e o processo de convecção. Os incêndios ardiam ao leste de Fort Nelson (Colúmbia Britânica) e ao sul de Rainbow Lake (Alberta) na ocasião e enviaram vários pulsos de fumaça para altas altitudes e para dentro das nuvens de tempestade, explicou o meteorologista Scott Bachmeier, do Instituto de Estudos de Satélites da NOAA. A Nasa capturou essa impressionante formação de nuvens de fogo proveniente de focos de incêndio no Canadá em 16 de setembro. Crédito: Earth Observatory NASA
A propagação de partículas transportadas na fumaça de um incêndio florestal é medida pelo sensor OMPS no satélite Suomi NPP, da NOAA/NASA. Observando a fumaça elevada e arrastada pela circulação de ventos fortes, o evento resultou nas medições de aerossóis mais altas deste ano. Anteriormente, em meados de agosto e começo de setembro, outros dois eventos de incêndios no Canadá também lançaram índices de aerossóis quase tão elevados como o de 16 de setembro. Outro sensor avaliou a altura da nuvem de fumaça crescente que chegou a 11 quilômetros de altitude. Este rastreio é extremamente importante para saber como a densa fumaça afeta a radiação e o clima quando atingem camadas muito superiores às nuvens, explicam os cientistas. |
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