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Segunda-feira, 13 mai 2024 - 21h47
Por Maria Clara Machado

Esta não foi uma tempestade solar qualquer e produziu auroras magníficas

A tempestade solar mais forte a atingir o nosso planeta em pelo menos vinte anos produziu um espetáculo de cores nos céus, com auroras boreal e austral, visíveis em diversas localidades no último dia 10 de maio. As imagens magníficas e privilegiadas, que surgiram no Hemisfério Norte e Sul do globo, foram amplamente compartilhadas nas redes sociais durante o fim de semana.

Aurora boreal colore o céu na República Tcheca em 10 de maio. Crédito: divulgação via X @RongeLukas
Aurora boreal colore o céu na República Tcheca em 10 de maio. Crédito: divulgação via X @RongeLukas

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Essa não foi uma tempestade solar qualquer, mas sim resultado da liberação de energia de uma massa solar gigantesca, a AR3664. A explosão de energia também chamada de “pulso” ou “flare solar” alcançou o nível G5, o mais alto na escala, na última sexta-feira.

“Na hora da explosão, acontece a emissão de um pulso de energia muito forte no espectro de raios-x. Esse pulso, ou flare, leva 8 minutos para chegar aqui na Terra. Outra consequência é a ejeção de bilhões de toneladas de partículas solares carregadas, arremessadas ao espaço, a chamada Ejeção de Massa Coronal. Essas partículas, que antes estavam aprisionadas na mancha solar e que explodiu, agora estão viajando no espaço muito rapidamente”, explica o diretor do Apolo11, Rogério Leite.

A grande mancha solar AR3664 aparaece à direita nesta imagem do sol do dia 11 de maio. O tamanho é pelo menos 15x maior que a Terra. Crédito: NOAA/Apolo11
A grande mancha solar AR3664 aparaece à direita nesta imagem do sol do dia 11 de maio. O tamanho é pelo menos 15x maior que a Terra. Crédito: NOAA/Apolo11

Quais os riscos?
Dependendo da intensidade do flare e se está ou não direcionado à Terra, terá a capacidade de destruir até mesmo circuitos dentro de satélites. "Em alguns casos, o pulso é tão violento que pode derrubar sistemas de comunicação e linhas de distribuição de energia. Já os raios-X são muito perigosos, mas eles não atingem a superfície terrestre, porque são bloqueados pela atmosfera", completa Rogério Leite.

Por outro lado, as partículas da ejeção de massa coronal viajam mais lentamente e podem levar de 2 a 4 dias até atingir o topo da atmosfera terrestre. Como essas partículas são carregadas, elas são desviadas pela magnetosfera da Terra em direção aos polos.

E aí começa o espetáculo: quando as partículas descem um pouco mais e tocam a camada da ionosfera, ocorre então a chamada "tempestade geomagnética". É quando acontece a ionização dos átomos de oxigênio e nitrogênio, resultando nas fantásticas auroras boreais.

Espetáculo no céu!
No evento mais recente, vários países da Europa, de norte a sul, incluindo a França, Portugal, a Alemanha e até locais no sul da Itália, tiveram a chance de ver o fenômeno. No Reino Unido, onde as auroras são mais comuns no norte, foi possível observá-las em todo o território desta vez.

A Áustria, a Eslováquia, a Suíça, a Dinamarca e a Polônia também registraram o céu colorido. Confira alguns dos inúmeros registros compartilhados no fim de semana:

Crédito: West Wales, Reino Unido. Divulgação via X @AshBoio
Crédito: West Wales, Reino Unido. Divulgação via X @AshBoio

Crédito: West Wales, Reino Unido. Divulgação via X @AbbieMcD01
Crédito: West Wales, Reino Unido. Divulgação via X @AbbieMcD01

Crédito: West Berkshire, Reino Unido. Divulgação via X @WxNB
Crédito: West Berkshire, Reino Unido. Divulgação via X @WxNB_

Crédito: Montpellier, França. Divulgação via X @quentinreyphoto
Crédito: Montpellier, França. Divulgação via X @quentinreyphoto

Crédito: Polônia. Divulgação via X @MeteoprognozaPL/Lucjan Smietana
Crédito: Polônia. Divulgação via X @MeteoprognozaPL/Lucjan Smietana

Ainda houve registros das auroras boreais no sul do Alabama, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos e do outro lado do globo, em partes da China.

No Hemisfério Sul, as auroras austrais que foram vistas na Argentina também viralizaram nas redes sociais:

Crédito: Ushuaia, Argentina. Divulgação via X @ScarcellaGR
Crédito: Ushuaia, Argentina. Divulgação via X @ScarcellaGR


Crédito: Ushuaia, Argentina. Divulgação via X @SMN Argentina
Crédito: Ushuaia, Argentina. Divulgação via X @SMN_Argentina

Na maioria das auroras deste enorme evento, os tons em roxo e rosa dominaram o céu, evidenciando a presença de grande quantidade de átomos de nitrogênio na atmosfera, que entraram em contato com as partículas carregadas da tempestade solar.

Já a cor verde, em menor escala, demonstrou, por sua vez, a presença de átomos de oxigênio.

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