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Quarta-feira, 17 mai 2023 - 10h26
Por Maria Clara Machado

Expedição norueguesa comemora descoberta de novo vulcão no Mar de Barents

Pesquisadores da Arctic University of Norway, na cidade de Tromso, na Noruega, acabam de descobrir um novo vulcão de lama submerso a 400 metros de profundidade no Mar de Barents, no Oceano Ártico. A novidade é comemorada pelos cientistas que consideram o vulcão como uma nova “janela” para o interior da Terra.

Vulcão de lama Borealis Mud descoberto por cientistas da Arctic University of Norway no Mar de Barents este mês. Crédito: Divulgação UIT/AKMA3
Vulcão de lama Borealis Mud descoberto por cientistas da Arctic University of Norway no Mar de Barents este mês. Crédito: Divulgação UIT/AKMA3

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A expedição da Universidade de Tromso, em parceria com a REV Ocean, esteve a bordo do navio de pesquisa Kronprins Haakon com o veículo submersível pilotado ROV Aurora numa região remota, localizada ao sul de Bear Island e ao norte da costa da Noruega.

Segundo os pesquisadores, esse é o segundo vulcão de lama encontrado em águas norueguesas e foi batizado de Borealis Mud.

Localização aproximada do vulcão de lama submerso no oceano Ártico, ao norte da Noruega. Crédito: GoogleMaps
Localização aproximada do vulcão de lama submerso no oceano Ártico, ao norte da Noruega. Crédito: GoogleMaps

O pequeno Borealis tem cerca de 7 metros de diâmetro e 2,5 metros de altura e está ativo. A montanha expele continuamente lama e fluidos ricos em metano do interior da Terra.

O vulcão está inserido em uma cratera com aproximadamente 300 metros de largura e 25 metros de profundidade e os cientistas acreditam que o fenômeno resultou, provavelmente, de uma explosão natural catastrófica, que liberou metano maciço no último período glacial, há 18 mil anos.

Além disso, o interior da cratera abriga uma rica comunidade de vida marinha em um ambiente formado há milhares de anos.

O metano é um gás altamente potente e que atinge a nossa atmosfera. Por isso, a descoberta vai ajudar os cientistas a entenderem melhor o impacto de fenômenos localizados, mas duradouros no tempo e toda sua consequência nos ecossistemas do planeta.

"Ver uma erupção de lama subaquática em tempo real me lembrou como nosso planeta está vivo, declarou a professora Giuliana Panieri, líder da expedição e pesquisadora principal do projeto AKMA, em artigo para a Universidade da Noruega.

“Não excluímos a possibilidade de descobrir outros vulcões de lama no mar de Barents. É somente graças ao trabalho em equipe colaborativo e à tecnologia avançada que esses resultados podem ser alcançados”, acrescentou Panieri.

Na imensidão do Oceano
Vinte e oito anos separam a descoberta do vulcão Borealis do primeiro descobrimento de um vulcão de lama em águas norueguesas. O vulcão de lama Hakon Mosby foi encontrado em 1995 a 1250 metros de profundidade.

Os cientistas comemoram, pois veem nesses vulcões únicos uma espécie de “janela direta para o interior da Terra”, à medida que a atividade eruptiva solta água e sedimentos finos de várias centenas de metros a quilômetros de profundidade.

“Como aluna que estudou e viu vulcões de lama apenas em terra, ver um no fundo do mar foi uma experiência incrível. Você podia sentir a surpresa, a empolgação, a felicidade se espalhando pela equipe no exato momento em que vimos na tela. Meu primeiro pensamento foi: "Quero descer lá, enfiar o braço nele!", vibrou Irene Viola, estudante e participante do projeto.

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