Fumaça de centenas de incêndios florestais no Canadá chega à Nova York

A grande quantidade de fumaça gerada pelos inúmeros incêndios florestais que se alastram por Quebec, no leste do Canadá, se deslocou em direção ao sul e chegou à Nova York, mergulhando a cidade em uma névoa de poluição. Pelo menos mais seis estados norte-americanos entraram em alerta de qualidade do ar.

Céu cinza em Nova York dia 6 de junho, quando a cidade foi atingida pela fumaça dos incêndios florestais do Canadá. Crédito: Divulgação via twitter @EmpireStateBldg

Paisagem cinza!
A fumaça resultante de mais de cem focos de incêndios no Canadá vem cobrindo o Nordeste e o Meio-Atlântico da região por mais de uma semana e prejudica a qualidade do ar.

A cidade de Nova York estava no topo de um ranking de pior poluição do mundo na terça-feira, dia 6. A paisagem cinza e a baixa visibilidade demonstravam o problema e evidenciavam a má qualidade do ar.

O índice de qualidade do ar IQair indicava nível muito insalubre ontem à noite e Nova York teve a pior qualidade do ar de qualquer área metropolitana na medição das 23 horas.

Ainda mais tarde, a cidade tinha o segundo pior nível de poluição do ar no mundo, atrás somente de Nova Delhi, na Índia, segundo a IQair.

Todas as atividades e eventos ao ar livre, além de aulas em pelo menos dez distritos escolares foram suspensas.

Empire State Building em meio à névoa de poulição, que atingiu níveis críticos dia 6 de junho. Crédito Divulgação via twitter @EmpireStateBldg

Perigo no ar
Praticamente invisíveis a olho nu, as minúsculas partículas do poluente PM2,5, presente na fumaça, podem ser muito perigosas à saúde humana. São perceptíveis como uma névoa, se estiver em alta concentração, em áreas muito poluídas.

As partículas finas, quando inaladas, podem penetrar profundamente no pulmão e corrente sanguínea e gerar vários problemas de saúde como asma, outras doenças respiratórias e cardíacas.

A concentração de PM2,5 no ar da cidade de Nova York era pelo menos 10 vezes mais do que o aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMM) quando a fumaça vinda do Canadá cobriu a cidade na terça-feira.

Os Serviços de Meteorologia já alertavam para o problema e as autoridades reforçaram a importância de permanecer em casa e diminuir a exposição ao ar livre, sob risco de piora nos quadros de doenças respiratórias e cardíacas, principalmente nos idosos e crianças.

A fumaça das queimadas também afetou áreas populosas como Detroit, em Michigan e Chicago, em Illinois. Detroit também foi listado entre os 10 piores lugares mais poluídos do mundo na tarde da terça-feira, pelo levantamento da IQair.

Além da maior parte do estado de Nova York, os estados de Massachusetts, Connecticut, Rhode Island e Vermont ficaram sob alerta de qualidade do ar prejudicada.

De acordo com a meteorologia, a situação ainda é crítica e só a presença de uma nova frente fria é que irá aliviar a situação nos próximos dias.

Temporada de Incêndios intensa no Canadá
A temporada de incêndios no Canadá começou mais cedo este ano, em parte pelas altas temperaturas e condições secas. Maio já foi com muita fumaça no país e dezenas de novos incêndios eclodiram na região de Quebec em junho, alguns iniciados por raios.

Imagem de satélite mostra rastros de fumaça saindo de vários pontos de incêndio em Quebec, no Canadá, dia 3 de junho. Crédito: Satélite Aqua/NASA

De acordo com o Centro Canadense de Incêndio Florestal, mais de 150 incêndios estão ativos em Quebec esta semana, mais que o dobro de focos identificados em outras províncias do país. Desde o início de 2023, mais de 400 incêndios florestais foi registrado em Quebec, o dobro da média para o período.

Uma imagem de resolução moderada capturada pelo satélite Aqua, da NASA, em 3 de junho, mostra os rastros de fumaça saindo de vários pontos de incêndio em Quebec, no Canadá. À medida que os incêndios aumentaram cerca de nove mil pessoas evacuaram regiões vizinhas aos focos na última semana.

A temporada de incêndios em Quebec geralmente começa no fim de maio e tem em média 247 hectares queimados em junho. Neste ano, o aumento disparado dos incêndios devastou até agora 160 mil hectares de mata, de acordo com agência de prevenção de incêndios de Quebec (SOPFEU).

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