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Sexta-feira, 9 set 2022 - 09h44
Por Maria Clara Machado

Fumaça vinda da Amazônia espalha cheiro de queimado e altera céu em São Paulo

A fumaça vinda de centenas de focos de queimadas na Amazônia se espalhou mais pelo interior do Brasil esta semana e parte dela chega também à região metropolitana de São Paulo. Moradores de bairros da capital paulista observaram um odor de fumaça característico de incêndios, além da coloração do céu esbranquiçado no amanhecer desta sexta-feira, dia 9.

Imagem de satélite mostra parte da fumaça que está chegando do interior do Brasil a São Paulo. Crédito: NOAA/Apolo11
Imagem de satélite mostra parte da fumaça que está chegando do interior do Brasil a São Paulo. Crédito: NOAA/Apolo11

Desde o começo da semana a fumaça da queima da Floresta Amazônica sobre o Norte do Brasil se estendia por países vizinhos, como o Peru, a Bolívia e o Paraguai sendo também transportada pelo fluxo de ventos por Mato Grosso e Mato Grosso do Sul até o estado do Rio Grande do Sul sendo bastante perceptível em imagens de satélite da quinta-feira.

Parte dessa fumaça também avançou sobre o interior do estado de São Paulo e as partículas começaram a atingir o céu da capital já no final da tarde da quarta-feira.

Imagem de satélite do dia 8 de setembro mostra pontos de queimadas espalhados e a densa fumaça num corredor de Norte a Sul do Brasil. Crédito: Worldview/NASA
Imagem de satélite do dia 8 de setembro mostra pontos de queimadas espalhados e a densa fumaça num corredor de Norte a Sul do Brasil. Crédito: Worldview/NASA

Quando muito densa, a fumaça deixa o céu esbranquiçado e encobre o sol, espalha um cheio de queimado na atmosfera, além de piorar a qualidade do ar com alta concentração nos níveis de poluentes, acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

Por várias vezes, as operações em aeroportos das capitais Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO) acabam sendo interrompidas por baixa visibilidade por conta do excesso de fumaça na Amazônia.

Veja os mapas do transporte de poluentes das queimadas da Amazônia levados pelas correntes de vento de Norte:

Projeção dos aerossóis transportados pela queima da Amazônia em 8 de setembro no Brasil. Crédito: WINDY
Projeção dos aerossóis transportados pela queima da Amazônia em 8 de setembro no Brasil. Crédito: WINDY

Projeção da concentração de Móxido de Carbono em 8 de setembro no Brasil. Crédito: WINDY
Projeção da concentração de Móxido de Carbono em 8 de setembro no Brasil. Crédito: WINDY

Número de queimadas na Amazônia é o maior em 12 anos
Os focos de queimadas bateram recorde no último mês de agosto, resultando no pior agosto dos últimos 12 anos.

Segundo dados de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Amazônia registrou 33.116 focos de incêndios em agosto, o maior número desde 2010, quando o total chegou a 45.018 focos.

Já em relação ao número total de focos no bioma Amazônia detectados por satélites entre primeiro de janeiro e oito de setembro a soma chega a 66.283, um aumento de 52% na comparação com o mesmo período de 2021, que registrou 43.598 focos.

Além do salto ocorrido em um ano, o total de focos na Amazônia até agora em 2022 já é o maior desde 2010, que computou 70.843 focos em cerca de oito meses.

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