Segunda-feira, 5 jun 2023 - 12h01
Por Maria Clara Machado
O grande iceberg A76A, ainda restante do desprendimento do original A76 da Plataforma de Gelo Filchner-Ronne, na Antártida, ocorrido em maio de 2021, começa a se romper em mais pedaços nas proximidades da Geórgia do Sul. Imagens de satélite do início do mês revelam a transformação que está ocorrendo, depois de dois anos de jornada.
Imagem de satélite destaca o grande iceberg A76A, que começa a se romper em mais pedaços nas próximidades da Geórgia do Sul, depois de dois anos. Crédito: Captura Terra/NASA em 24 de maio. Quando o A76 se desprendeu em meados de maio era o maior iceberg do mundo flutuando em mar aberto, mas logo depois aconteceu o primeiro rompimento. Dois anos se passaram e atualmente, restam apenas fragmentos. O satélite Terra da NASA capturou uma imagem em 24 de maio de 2023, divulgada no fim de semana, do A76A à deriva no Atlântico Sul. O iceberg continua sendo o maior sobrevivente do evento, mas é nítido como pedaços estão se estilhaçando em águas mais quentes ao norte da Antártida, já perto da Ilha da Geórgia do Sul. É possível observar vários blocos de gelo próximos à Geórgia do Sul, localizados a cerca de 2400 quilômetros ao norte de onde o iceberg-mãe de desprendeu na Antártida. Foram dois anos percorrendo este caminho. “É impressionante pensar que o A76A navegou tão longe em cerca de dois anos. Isso obviamente mostra a força das poderosas correntes nesta parte do Oceano Antártico”, afirmou Christopher Shuman, glaciologista da Universidade de Maryland.
Em outubro de 2022, o A76A alcançava a famosa Passagem de Drake, na extremidade da América do Sul, e a partir daí, foi levado para a direção norte, rumo à Geórgia do Sul, onde o oceano ainda é frio, porém um pouco mais quente se comparado à costa da Antártida. A aproximação do A76A da Geórgia do Sul vinha trazendo grande preocupação em relação ao ecossistema oceânico. A possível chegada de uma enorme placa de gelo poderia interromper correntes oceânicas e bloquear rotas de alimentação da vida selvagem local. Iceberg A76A esteve muito próximo da embarcação de pesquisa RRS Discovery em janeiro. Crédito: Chris Auckland/BAS Em janeiro deste ano, uma equipe de cientistas da BAS a bordo do RRS Discovery, completou uma volta em torno do A76A para entender melhor seus possíveis impactos no meio ambiente e consequências na cadeia alimentar de peixes, pássaros, focas e baleias. Espera-se que as placas de gelo quebrem ainda mais à medida que vão avançando ao sul da Geórgia do Sul. Esse é um dos trajetos que a maioria dos icebergs faz levados pelas correntes marítimas e normalmente acabam se fragmentando. Existem atualmente 11 pedaços remanescentes, nomeados de A à K, sendo monitorados ao redor da Geórgia do Sul. |
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