Segunda-feira, 14 ago 2023 - 11h22
Por Maria Clara Machado
As buscas por desaparecidos na ilha de Maui, no Havaí, prosseguem nesta segunda-feira, dia 14, enquanto equipes de bombeiros ainda lutam contra focos de incêndio ativos. No último balanço das autoridades, o número de mortos chegava a 96, no pior desastre natural do Havaí. A extensão da área atingida pelo grande incêndio em Lahaina foi captada por imagens de satélite.
Imagem de satélite do dia 8 de agosto revela o grande incêndio que tomou Lahaina, em Maui. Crédito: Landasat8/NASA O grande incêndio florestal, que arrasou a cidade turística de Lahaina, em Maui, a segunda maior ilha do Havaí, entre os dias 7 e 9 de agosto, já superou em número de vítimas fatais, o tsunami mortal de 1960 no arquipélago, que deixou um saldo de 61 mortos. Ainda existem muitos desaparecidos e o número de vítimas deve aumentar. Os bombeiros contam com a ajuda de cães farejadores e a divulgação dos desaparecidos por familiares e amigos nas redes sociais. O evento recente também entra para a história registrando o maior número de vítimas fatais por incêndio florestal nos Estados Unidos desde 1918. Segundo moradores de Maui, as sirenes de alerta na ilha falharam e não houve notificação de emergência quando as chamas avançaram do interior para o litoral da região, o que obrigou milhares de pessoas fugirem às pressas. A imagem acima adquirida pelo satélite Landsat8, da Nasa, às 22h25 do dia 8 de agosto revela grande parte da Lahaina ardendo em chamas. Outro grande incêndio queimava ao noroeste da cidade de Kihei. Mais imagens de satélite, capturadas pelo Sentinel2, do Programa europeu Copernicus, mostram o antes e o depois em Lahaina nos dias 8 e 13 de agosto, evidenciando a enorme área queimada. Imagem de satélite capturada dia 8 de agosto mostra o litoral de Lahaina, em Maui. Crédito: Programa Copernicus, União Europeia. Imagem de satélite capturada dia 13 de agosto mostra área queimada avançada em Lahaina, em Maui. Crédito: Programa Copernicus, União Europeia
Imagem aérea de Lahaina, em Maui, devastada pelos incêndios florestais da última semana. Crédito: reprodução twitter Todo o arquipélago do Havaí vem enfrentando um quadro de seca, e em particular Maui, em nível severo, que se agravou nas últimas semanas. A vegetação completamente seca aliada ao calor e ao aumento dos ventos intensos, por um período prolongado, em razão da passagem do furacão Dora pelo Pacífico, culminou na tragédia. Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos (NWS), as rajadas de vento atingiram a faixa de 72 a 107 quilômetros por hora, nos três dias do pico dos incêndios na ilha. Além disso, a presença de um forte sistema de alta pressão atmosférica, localizado ao norte do Havaí, simultaneamente ao furacão Dora, que passava ao sul da região, pode ter ajudado a alimentar e a sustentar os ventos fortes. O que os cientistas observam é que as condições de seca estão se tornando mais extremas e comuns no Havaí, uma região tipicamente tropical e úmida, assim como em outras ilhas do Pacífico, e a crise climática não deve mais poupar o arquipélago. |
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