Segunda-feira, 6 mai 2024 - 10h32
Por Maria Clara Machado
O nível do Guaíba atingiu pico histórico em Porto Alegre durante o fim de semana, ultrapassando a marca de 5 metros, superando a cheia de 1941, esta que tinha sido a maior enchente da capital, antes da catástrofe climática de maio de 2024. A avaliação de especialistas é de que as águas só começarão a baixar em uma semana, se as condições meteorológicas contribuírem. O Serviço Geológico do Brasil mostra as áreas que continuam em alerta vermelho de inundação no Rio Grande do Sul.
Sobrevoo do Presidente Lula em Canoas no dia 5 de maio. Crédito: Ricardo Stuckert/PR/Fotos Públicas
Embora a chuva tenha dado uma trégua, ainda vão precisar vários dias para o nível dos rios começarem a baixar. A situação ainda é crítica especialmente no Vale dos Sinos e em toda a região metropolitana de Porto Alegre. O nível do Guaíba estava na marca de 5,29 metros na medição das 8h15 desta segunda-feira, pelo CPRM. Técnicos afirmam que o Guaíba deve permanecer na margem dos 5 metros por mais dois dias e só deve sair da cota de inundação de 3 metros em torno de 3 a 4 dias, se a chuva não voltar forte. O mapa mostra as diversas localidades da Bacia do Taquari que continuam na cota de inundação (vermelho) e na cota de alerta (laranja): Mapa mostra áreas da Bacia do Taquari e Porto Alegre em alerta dia 6 de maio. Crédito: Serviço Geológico do BR Gráfico mostra evolução do nível do Guaíba nos últimos dias. Crédito: Serviço Geológico do BR
Capital gaúcha inundada pelo Guaíba, dia 5 de maio. Crédito: Gustavo Mansur/Palácio Piratini/Fotos Públicas Os trabalhos de resgate de moradores nas áreas inundadas pelo Guaíba, em Porto Alegre, continuaram durante todo o fim de semana e prosseguem nesta segunda-feira, dia 6 de maio. A situação é preocupante em Canoas, na Grande Porto Alegre, que tem dois terços da cidade debaixo d’água e 16 mil pessoas fora de casa. As autoridades informaram a montagem de dois hospitais de campanha para atender a região. Imagens sobrevoo do Presidente Lula em Canoas no dia 5 de maio. Crédito: Ricardo Stuckert/PR/Fotos Públicas Em Eldorado do Sul, também na região metropolitana, todos os bairros foram atingidos pela inundação e a situação é sem precedentes. Segundo a Prefeitura do município, a cidade sofre com a falta de luz, água e internet. No domingo, pelo menos mais 40 pessoas que estavam isoladas em telhados conseguiram ser resgatadas.
O número de municípios afetados pelas enchentes de maio de 2024, o maior desastre climático da história do Rio Grande do Sul, dobrou no fim de semana e agora são 345 cidades. Quase 20 mil pessoas estão em abrigos e mais de 121 mil desalojadas. Militares da Marinha do Brasil na Operação Taquari resgatam pessoas em telhados no dia 5 de maio. Crédito: Marinha do Brasil/Fotos Públicas
Por outro lado, o vento do quadrante Norte vai soprar até quarta e ajuda a levar as águas do Guaíba para a Lagoa dos Patos, o que pode complicar a situação na região. Cidades costeiras como Rio Grande e Pelotas, poderão ser atingidas por inundações, alerta a MetSul. A partir da quarta-feira, dia 8, uma frente fria volta a trazer pancadas de chuva localizadas e na sexta-feira, dia 10, a chuva deve ocorrer em mais áreas do estado.
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