Segunda-feira, 16 out 2023 - 09h41
Por Maria Clara Machado
Um quarto terremoto de magnitude 6.3 atingiu o oeste do Afeganistão, nas proximidades da província de Herat, no intervalo de menos de dez dias. Os sismos acompanhados de réplicas estão sendo observados com frequência desde o dia 7 de outubro, quando a região foi atingida pelo primeiro intenso tremor, que transformou as construções em ruínas e deixou pelo menos 2400 mortos e 9200 feridos.
Mais um forte terremoto atingiu o Afeganistão no domingo. Região vive abalos frequentes desde 7 de outubro. Crédito: Divulgação via twitter @IFRCAsiaPacific
As informações de agências internacionais são de mais uma vítima fatal e mais de noventa feridos no domingo. Outros três sismos com a mesma magnitude de 6.3 já ocorreram nos dias 7 e 10 de outubro, respectivamente. Entre os abalos mais fortes, também foram registradas diversas réplicas. Somente ontem, mais três réplicas moderadas à leves foram validadas pelo USGS, sendo a mais intensa de magnitude 5.4. A destruição completa inicial atingiu seis cidades rurais e muitas famílias continuam dormindo ao ar livre, por medo ou por estar desabrigadas, enfrentando o frio abaixo de 10°C, que tem predominado nas noites do Afeganistão. De acordo com a ONU, mais de 20 mil pessoas já foram afetadas pelas atividades sísmicas dos últimos dez dias no oeste do Afeganistão. A população já vive uma grave crise humanitária em consequência da volta do grupo extremista Talibã ao poder em 2021. O Crescente Vermelho Afegão presta assistência a mais mil famílias afetadas pelos terremotos em aldeias do distrito de Zinda Jan. Crédito: Divulgação via twitter @ARCSAfeganistão
“É importante destacar que a ocorrência de eventos seguidos de magnitude decrescente não é uma regra, mas apenas uma característica natural, já que um primeiro grande evento quase sempre libera a maior parte da energia acumulada durante a compressão entre as placas envolvidas. O oposto, ou seja, pequenos abalos serem seguidos de eventos muito maiores também ocorre com bastante frequência, registrados na mesma falha ao longo de regiões menos resistentes já próximas à ruptura”, afirma Rogério Leite. “No caso dos quatro eventos registrados no Afeganistão, todos foram observados como resultado de zonas de subducção em profundidades rasas, próximas do extremo oeste da cordilheira do Hindu Kush, abaixo de um cinturão montanhoso intracontinental dentro da placa da Eurásia. Ali, seguimentos da placa se movimentam em sentido leste-oeste, enquanto outros seguimentos mergulham caoticamente por baixo, no sentido norte ou sul”, completa Leite. |
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