Terça-feira, 17 out 2023 - 16h18
Por Maria Clara Machado
A NOAA renovou as projeções para o El Niño nos próximos meses e indica alta chance do fenômeno continuar atuando no Pacífico central e leste até pelo menos o segundo trimestre de 2024. O El Niño, portanto, irá influenciar todos os meses do verão no Hemisfério Sul.
Mapa mostra as anomalias nas temperaturas da superfície do mar no Pacífico Equatorial na semana do dia 4 de outubro de 2023. Crédito: NOAA Pelas novas projeções da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), divulgadas recentemente em 12 de outubro, a chance é de 80% do El Niño durar até o mês de maio de 2024. A equipe de especialistas em clima também indica probabilidade na faixa de 75% a 85% de um Super El Niño se configurar entre os meses de novembro e janeiro. Durante o mês de setembro, as anomalias positivas das temperaturas da superfície do mar no Pacífico equatorial central e leste permaneceram acima de +1°C, além de outros índices consistentes, que confirmaram a permanência do fenômeno. Com a perspectiva de um El Niño forte se configurar até o final do ano, os eventos climáticos também vão sentir os efeitos. Uma indicação tímida de La Niña ou uma situação de neutralidade começam a aparecer nas projeções da NOAA somente a partir de junho de 2024. Gráfico mostra a probabilidade do El Niño continuar pelos próximos trimestres até pelo menos maio de 2024. Crédito: NOAA
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiram nota técnica oficial em 9 de outubro, explicando o cenário atual. Os órgãos enfatizam que a combinação El Niño e um forte aquecimento nas águas do Atlântico tropical Norte vêm agravando ainda mais os eventos extremos de clima na América do Sul. No caso da Amazônia, uma seca severa também ocorreu no ano de 2015, influenciado pelo El Niño. Ambos os oceanos, Pacífico Equatorial e Atlântico Norte, tiveram águas mais quentes do que o normal na época. Entretanto, o quadro de seca é mais intenso neste ano de 2023 porque está se observando um aquecimento maior do Atlântico tropical Norte do que em 2015. Já o Pacífico está similar, explicam os pesquisadores. As queimadas e os incêndios florestais também são impulsionados pelo quadro de seca prolongada e as ondas de calor intenso por si só, sem levar em conta as ações criminosas de devastação das matas. A imagem do satélite Brasileiro AMAZONIA-1 do INPE ilustra a vazante extrema do Rio Solimões, que causou o esvaziamento do Lago Tefé, no Amazonas, este mês. Crédito: INPE O INMET e INPE preveem que o excesso de chuva no Sul do Brasil e as secas generalizadas na Amazônia, principalmente no sudoeste da região e também no Nordeste, ainda serão observadas com evidência nos próximos meses enquanto o El Niño continuar. Também é alta a probabilidade de queimadas e incêndios florestais, reforçam os Institutos. A tendência natural do retorno das chuvas na Amazônia a partir de novembro ainda deve ocorrer com dificuldades e os volumes tendem a ficar abaixo da normalidade, segundo o INMET. A NOAA pretende divulgar a sua próxima discussão e atualizações sobre o El Niño em 9 de novembro de 2023. |
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