Sexta-feira, 10 mai 2024 - 10h29
Por Maria Clara Machado
O nível da Lagoa dos Patos está subindo como o previsto diante do escoamento natural das águas do Guaíba em direção ao Atlântico, no sul do Rio Grande do Sul. O avanço das águas da Lagoa dos Patos já afeta municípios como Rio Grande, São José do Norte e Pelotas, onde os trabalhos de evacuação de famílias prosseguem nas áreas de risco.
Pelotas começa a fazer contenção com barreiras para impedir o avanço das águas da Lagoa dos Patos. Crédito: Michel Corvello/Fotos Públicas A Lagoa dos Patos vem subindo significativamente nas últimas 48 horas e bateu recorde no município de Rio Grande nesta sexta-feira, dia 10. O nível das águas está em 1,57 metros acima do normal, ultrapassando a marca máxima anterior de 1,25 metros, registrada na cidade durante a enchente de 1941. Os trabalhos de retirada das famílias das áreas de risco pela Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros se intensificaram desde a quinta-feira e já são pelo menos 1500 pessoas fora de casa, segundo as últimas informações das autoridades. Os municípios de São José do Norte e Pelotas também estão na rota da enchente da Lagoa dos Patos. O nível da água chegou a 2,24 metros em Pelotas e as águas já invadem áreas principais como a Praia do Laranjal e o Canal São Gonçalo. As autoridades fazem um apelo para que os moradores deixem as áreas de risco imediatamente, diante da previsão da subida das águas. O Ministério Público do Rio Grande do Sul, inclusive, autorizou a retirada compulsória de famílias em Pelotas, que ainda estão em área de risco, contando com a ajuda do Corpo de Bombeiros. Pelotas começando a inundar no dia 8 de maio. Crédito: Michel Corvello/Fotos Públicas
A serra gaúcha, os vales, a Grande Porto Alegre, a região de Santa Maria, no interior e o litoral norte, estão entre as áreas que voltarão a ter chuva forte e volumosa. O CEMADEN alerta que a chuva forte volta a cair nas áreas das bacias hidrográficas, tendo o escoamento da água para o Lago Guaíba nos próximos dias. O risco de deslizamento de terra, especialmente na Serra, aumenta por conta do solo já muito encharcado e que deve receber mais água durante a sexta-feira e o fim de semana. Outro alerta é a virada do vento que já passa a soprar de Sul, por conta da presença de uma massa polar no oceano, na altura do Rio Grande do Sul. Os ventos de Sul acabam represando a água do Guaíba e podem prejudicar o escoamento nos próximos dias, ressaltam os especialistas. A MetSul prevê tempo chuvoso, com volumes de precipitação entre Mapa mostra parte da Lagoa dos Patos por onde as águas do Guaíba chegam ao Atlântico. Crédito: GoogleMaps
O nível do rio estava em 4,74 metros no começo da manhã desta sexta-feira, depois de ter atingido o pico de 5,33 metros no dia no domingo. De acordo com a Defesa Civil, o rio segue em lento declínio na Grande Porto Alegre e a situação continua em alerta, reforçada pela previsão do retorno das chuvas intensas. Militares da Marinha levam água potável para desabrigados nos municípios de Eldorado do Sul e Guaíba. Crédito: Marinha do Brasil/Fotos Públicas
O número de municípios afetados pelas enchentes subiu para 435 com cerca de 1,9 milhões de pessoas prejudicadas. São 113 óbitos confirmados e 146 pessoas desaparecidas. No total, mais de 406 mil pessoas estão fora de casa, sendo quase 70 mil em abrigos. |
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