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Quinta-feira, 5 jan 2023 - 08h59
Por Maria Clara Machado

Novo ciclone bomba impacta a costa da Califórnia com ventos de furacão

Outra poderosa e enorme tempestade está atingindo a costa da Califórnia pelo Pacífico com ventos semelhantes aos de um furacão e provocando mais estragos, depois do estado norte-americano ter enfrentado recentemente outras duas grandes tempestades. Rajadas de vento intensas passaram de 130 km/h e a região continua em alerta de inundações.

Imagem de satélite mostra o poderoso ciclone bomba se aproximando da costa da Califórnia dia 4 de janeiro de 2023. Crédito: NOAA/CIRA
Imagem de satélite mostra o poderoso ciclone bomba se aproximando da costa da Califórnia dia 4 de janeiro de 2023. Crédito: NOAA/CIRA

Novo ciclone bomba e alerta de inundações
A grande tempestade, um ciclone bomba, se moveu durante a noite de ontem provocando mais chuva e ventos fortes. O solo está saturado por conta da última tempestade de inverno e das nevascas históricas no período do natal, seguida por outra tempestade no fim de semana do ano novo, e por isso, a chuva de agora aumenta de novo o potencial de inundações e deslizamentos de terra, alerta o Serviço Nacional de Meteorologia de São Francisco (NWS).

A maior quantidade de chuva é esperada para as montanhas costeiras podendo chegar a volumes entre 150 e 250 milímetros.

A meteorologia prevê chuva forte para todo o sul da Califórnia, incluindo Los Angeles, durante grande parte desta quinta-feira, dia 5.

O governo da Califórnia emitiu uma declaração de emergência já nesta quarta-feira a fim de agilizar os recursos aos afetados.

Ontem, a Área da Baía da São Francisco, que abrange São Francisco e condados vizinhos, registrou queda de energia elétrica para mais de 113 mil clientes.

O Aeroporto Internacional de São Francisco ficou paralisado no período da manhã e da tarde. A cidade registrou algumas inundações localizadas e houve quedas de árvores em várias outras localidades.

O cenário ainda é preocupante e as autoridades temem inundações generalizadas, deslizamentos de terra e falta de energia em muitas comunidades ao final da passagem de mais esta poderosa tempestade com mais chuva esperada durante o fim de semana.

Evacuações obrigatórias estão em vigor em algumas áreas, como em Santa Bárbara e Santa Cruz.

Como se formou o ciclone bomba?
Esta nova tempestade é resultado de um grande rio atmosférico de umidade, que se estendeu por quatro mil quilômetros sobre o Pacífico até a costa da Califórnia. Ganhando força sobre o mar, a tempestade se transformou num ciclone bomba na quarta-feira.

Imagem de satélite dia 3 de janeiro de 2023. Ciclone bomba se forma a partir de rio atmosférico sobre o Pacífico leste. Crédito: Divulgação twitter @NWSBayArea
Imagem de satélite dia 3 de janeiro de 2023. Ciclone bomba se forma a partir de rio atmosférico sobre o Pacífico leste. Crédito: Divulgação twitter @NWSBayArea

O ciclone bomba, sendo uma área de baixa pressão atmosférica, caracterizada por uma queda acelerada da pressão em seu centro, é associado ao mau tempo provocando em geral muita chuva e ventos catastróficos.

Neve x Inundações
A sequência de tempestades do final de 2022 foi benéfica para aumentar a camada de neve na Sierra Nevada, embora as mesmas tempestades venham causando inundações em partes da Califórnia.

O primeiro levantamento de neve da temporada nas montanhas, divulgado na terça-feira pelo Departamento de Estado da Califórnia, mostrou que a atual camada de neve está bem acima da média para o período do ano.

Essa reserva de neve das montanhas é crucial e representa cerca de 30% da necessidade de abastecimento de água da Califórnia posteriormente ao inverno.

Em todo o estado, o acúmulo de neve se encontra em 174% da média. Entretanto, especialistas alertam que, apesar da intensa precipitação das últimas semanas e da previsão para a próxima semana, a seca na Califórnia ainda não acabou.

O solo que enfrentou uma seca prolongada extrema de um ano tem um limite de absorção de água e já atingiu seu ponto de saturação em muitas áreas com as últimas grandes tempestades. Como resultado, o fluxo de água está diminuindo, levando a grandes inundações em alguns lugares, explicam os especialistas.

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