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Segunda-feira, 11 set 2023 - 10h21
Por Maria Clara Machado

OMM confirma os três meses mais quentes já registrados na Terra

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou em novo relatório, que a Terra acaba de ter o período de três meses mais quente já registrado na história. A temperatura da superfície do mar elevada é um agravante. O verão extremo vivido pelo Hemisfério Norte também impulsionou o resultado global alarmante e sem precedentes.

Anomalia da temperatura do ar em agosto de 2023 relativa à média para o período 1991-2020. Crédito: Programa Copernicus/ECMWF.
Anomalia da temperatura do ar em agosto de 2023 relativa à média para o período 1991-2020. Crédito: Programa Copernicus/ECMWF.

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Segundo dados coletados por satélites pelo Programa Copernicus de Observação da Terra, implementado pelo ECMWF e gerido pela União Europeia, as temperaturas da superfície do mar atingiram níveis jamais vistos novamente no mês de agosto. Os recordes globais vêm acontecendo desde junho de 2023.

O boletim climático do programa Copernicus divulgado dia 6 de setembro, estima que o mês de agosto tenha sido cerca de 1,5°C mais quente que a média do período pré-industrial de 1850-1900.

Agosto terminou com a temperatura média global da superfície do mar mais elevada já registrada em todos os meses, com 20,98°C.

Ao mesmo tempo, a extensão do gelo marinho da Antártida ficou 12% abaixo da média para o período, tendo a maior anomalia negativa para agosto, desde que as observações por satélite começaram no final da década de 1970.

A figura à esquerda mostra a concentração média de gelo marinho no Ártico em agosto de 2023. A linha laranja marca a borda climatológica do gelo marinho para o período 1991-2020. A figura à direita mostra a anomalia observada na região. Crédito: Programa Copernicus/ECMWF.
A figura à esquerda mostra a concentração média de gelo marinho no Ártico em agosto de 2023. A linha laranja marca a borda climatológica do gelo marinho para o período 1991-2020. A figura à direita mostra a anomalia observada na região. Crédito: Programa Copernicus/ECMWF.


A extensão do gelo marinho do Ártico também preocupou, ficando 10% abaixo da média, embora acima do nível recorde de agosto de 2012.

A figura à esquerda mostra a concentração média de gelo marinho na Antartida em agosto de 2023. A linha laranja marca a borda climatológica do gelo marinho para o período 1991-2020. A figura à direita mostra a anomalia observada na região. Crédito: Programa Copernicus/ECMWF
A figura à esquerda mostra a concentração média de gelo marinho na Antartida em agosto de 2023. A linha laranja marca a borda climatológica do gelo marinho para o período 1991-2020. A figura à direita mostra a anomalia observada na região. Crédito: Programa Copernicus/ECMWF


O ano de 2023 até agora, de janeiro a agosto, já é o segundo mais quente da história, por enquanto atrás apenas de 2016. Ambos os anos têm a influência de um forte El Niño, que aquece as águas superficiais do Pacífico central e leste e é mais um fator na alta das temperaturas globais.

Sinal vermelho
As organizações e instituições de clima já alertavam no começo deste ano, que 2023 poderia ser um dos mais quentes já registrados.

Um relatório da OMM e do Met Office, do Reino Unido, divulgado em maio, indicou 98% de chance de que pelo menos um ano dos próximos cinco seja o mais quente de todos os tempos. Também 66% de chance do aumento da temperatura global ultrapassar 1,5°C, meta máxima estabelecida no Acordo de Paris em 2015, que busca conter o aquecimento global.

O verão de 2023 no Hemisfério Norte demonstrou que o “colapso climático já começou” e que não há tempo a perder, declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na última semana.

O verão foi o mais quente já registrado até agora com ondas de calor extremo sequenciais, que alimentaram os graves incêndios florestais, evacuações históricas, avanço de fumaça por fronteiras e tempestades com volumes de chuva inéditos, seguidas por inundações assustadoras.

Um agravante é que o El Niño ainda deve demonstrar seu potencial máximo no segundo semestre deste ano e com consequências que deverão perdurar no segundo ano após o seu desenvolvimento.

Por fim, o que os cientistas reafirmam é que os eventos extremos de clima estão se mostrando intensos e mais persistentes como uma consequência evidente do aquecimento do sistema climático, afirmou Carlo Buontempo, Diretor do Serviço Copernicus.

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