Quinta-feira, 21 mar 2024 - 10h10
Por Maria Clara Machado
A ONU emitiu alerta vermelho para o planeta a partir de um novo relatório sobre o Estado do Clima Global, divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) esta semana. Vários indicadores como as temperaturas globais no ar e na superfície dos oceanos, a concentração dos gases de efeito estufa, a cobertura do gelo marinho na Antártida, o recuo dos glaciares, bateram todos os recordes em 2023.
Imagem ilustrativa Planeta Terra. Crédito: Centro de Voo Espacial Goddard da NASA
A temperatura média global ficou em 1,45°C acima da média do período pré-industrial (1850-1900), com uma margem de incerteza de mais ou menos 0,12°C. Além do recorde absoluto de 174 anos, a última década em particular, também é a mais quente já registrada no planeta Terra. “Nunca estivemos tão perto do limite inferior de 1,5°C do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas”, declarou a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo. “A comunidade da OMM está a soar o alerta vermelho ao mundo.” “As alterações climáticas envolvem muito mais do que temperaturas. O que vimos em 2023, especialmente com o calor sem precedentes dos oceanos, o recuo dos glaciares e a perda de gelo marinho na Antártida, é motivo de particular preocupação”, completou Celeste Saulo. Gráfico mostra anomalias anuais da temperatura média global, de 1850 a 2023. Crédito: OMM O balanço final mostra que no término de 2023, mais de 90% do oceano tinham sofrido com ondas de calor em algum momento do ano. Dados mostram também que o conjunto global de glaciares sofreu a maior perda de gelo desde 1950. A área de gelo marinho na Antártida foi a mais baixa já registrada, com a extensão máxima alarmante no final do inverno 1 milhão de quilômetros quadrados abaixo do recorde anterior.
A OMM reforça que os riscos climáticos continuaram provocando deslocamentos de populações em 2023. Por outro lado, houve avanços positivos no campo da geração de energia renovável, de acordo com o relatório. Em 2023, o aumento da capacidade renovável aumentou quase 50% em relação a 2022, sendo a taxa mais elevada registrada nas duas últimas décadas. O relatório sobre o Estado do Clima Global vem reforçar o cenário preocupante às vésperas do Dia Meteorológico Mundial, celebrado em 23 de março. Dezenas de especialistas e parceiros contribuem com os dados para o relatório final incluindo organizações da ONU e o Serviço europeu Copernicus, ligado à ECMWF. |
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