Quinta-feira, 27 out 2022 - 11h03
Por Maria Clara Machado
O Programa das Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente lançou um alerta nesta quinta-feira para o aumento da temperatura de até 2,8°C no planeta até o final deste século, se os países continuarem com as metas atuais de corte de emissões dos gases poluentes. A ONU reforça que a COP27, que acontecerá no próximo mês, deve servir para que as metas globais sejam revistas.
Imagem ilustrativa. Terra e a Lua vistos do Espaço por satélite. Crédito: NASA
Os alertas são lançados em um documento anual da ONU sobre as emissões de gases de efeito estufa, que avalia o andamento dos países e as medidas adotadas dentro do compromisso firmado no Acordo de Paris, em 2015, na COP21. Joana Portugal, cientista, professora da UFRJ e coautora do relatório, afirma que apesar dos esforços “há uma grande discrepância entre o que os países se comprometem e o que seria necessário”. O relatório mostrou por exemplo, que a União Europeia, tem programas consolidados de redução das emissões, mas ao mesmo tempo, as metas são insuficientes num futuro próximos de cinco a dez anos. O documento reforça “a necessidade de redução das emissões na ordem de 50% na próxima década para atingir uma neutralidade climática até o final do século”, segundo a cientista. O Brasil, de acordo com o relatório, diminuiu sua ambição de redução de emissões em 2020 e tem um destaque com relação à diminuição da área florestal por desmatamento.
O relatório da ONU alerta que para essas metas serem alcançadas, o mundo precisa com urgência reduzir os gases de efeito estufa em níveis sem precedentes nos próximos oito anos a fim de frear o desastre climático. Para isso, as transformações precisam acontecer radicalmente e rapidamente em diversos setores da sociedade como no fornecimento de eletricidade, indústria, transporte, construção e nos sistemas alimentares e financeiro, aponta o relatório. Uma grande transformação precisa ocorrer no uso de tecnologia de carbono zero e mudanças de comportamento, também na proteção dos ecossistemas e uso de energia renovável, entre outras reformas, concluí o relatório da ONU. Algumas questões práticas de como realizar parte dessa transformação nos setores-chave e os investimentos necessários também foram abordadas no relatório de 2022.
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