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Terça-feira, 14 fev 2023 - 10h04
Por Maria Clara Machado

Onda de calor agrava ainda mais situação da Lagoa do Peixe praticamente seca

A estiagem prolongada que avança no Rio Grande do Sul já elevou para quase 270 o número de municípios que decretaram situação de emergência nestes primeiros meses de 2023. Em particular, a Lagoa do Peixe, no litoral sul gaúcho, sofre drasticamente com a seca extrema e está praticamente seca este ano.

Lagoa do Peixe, no litoral sul gaúcho, está 90% seca após agravemnto da seca no estado. Crédito: reprodução imagem por drone divulgação portal rbs/ICMBIO
Lagoa do Peixe, no litoral sul gaúcho, está 90% seca após agravemnto da seca no estado. Crédito: reprodução imagem por drone divulgação portal rbs/ICMBIO

O agravamento da seca acontece novamente depois de um ano em que a Lagoa também enfrentou problemas por déficit de chuva.

Segundo especialistas, a situação de 2023 é ainda pior que o ano passado. No verão de 2022, metade da Lagoa do Peixe estava com água e 1,5 toneladas de peixes morreram e agora 90% do reservatório estão secos.

La Niña
O triplo de evento de La Niña pode ser considerado um fator importante no agravamento da seca no Rio Grande do Sul. Embora o La Niña esteja enfraquecendo, o verão de 2023 ainda começou sobre os efeitos do fenômeno, que tem a característica de reduzir a chuva no estado aliado a outras condições do clima.

A importância da Lagoa do Peixe
A Lagoa do Peixe, localizada dentro do Parque Nacional de mesmo nome com 36,7 mil hectares e criado em 1986, fica a 200 quilômetros de Porto Alegre, entre os municípios gaúchos Tavares e Mostardas.

A área é uma grande laguna e tem comunicação com o oceano Atlântico. Possui 35 quilômetros de comprimento e dois quilômetros de largura, e uma profundidade em torno de 60 centímetros, sendo um grande reservatório natural de água salobra e um berçário de espécies marinhas.

Por sua grande diversidade marinha, atrai diversas espécies de aves que buscam alimento na região. Estão na lista espécies ameaçadas de extinção como o gavião-cinza, gaivota-de-rabo-preto, sanã-cinza e trinta-réis-real.

Lagoa do Peixe em novembro de 2022. Local abriga diversas espécies de aves migratórias e ameaçadas de extinção. Crédito: Divulgação Instagram @parnalagoadopeixe
Lagoa do Peixe em novembro de 2022. Local abriga diversas espécies de aves migratórias e ameaçadas de extinção. Crédito: Divulgação Instagram @parnalagoadopeixe

Além do grande impacto ambiental nas inúmeras espécies de aves migratórias que habitam a região do Parque, cerca de 200 famílias de pescadores autorizados dependem da pesca local, como o camarão-rosa, o linguado e o caranguejo estão sem conseguir trabalhar. Os pescadores relatam a situação como gravíssima e inédita e devem começar a receber ajuda da Prefeitura de Mostardas.

Temporais retornam hoje
Para agravar ainda mais o cenário da seca, o Rio Grande do Sul já enfrentou algumas ondas de calor este verão. Mais uma onda de calor se instalou e está elevando as temperaturas com máximas em torno e acima dos 40°C em várias localidades gaúchas.

Na tarde de ontem, a temperatura máxima chegou aos 41°C em Bagé e aos 42°C em Pelotas, nos aeroportos locais, no sul gaúcho, sendo o dia mais quente do verão 2023 até agora. Também na Grande Porto Alegre, a temperatura ultrapassou a marca dos 40°C.

Segundo a meteorologia, uma frente fria chega ao Rio Grande do Sul nesta terça-feira, dia 14 e provoca temporais no estado. A chuva dá um refresco à forte onda de calor e deve ajudar a aliviar minimamente a situação na região da Lagoa do Peixe.

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