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Quinta-feira, 25 ago 2022 - 15h05
Por Maria Clara Machado

Onda de calor é nomeada pela primeira vez na história na Espanha

Cientistas da Universidade de Sevilha batizaram pela primeira vez uma intensa onda de calor que atuou sobre a Espanha no final de julho. A onda de calor ZOE provocou temperaturas acima de 44°C entre os dias 24 e 27 de julho em território espanhol e foi responsável por diversos recordes também em outras partes da Europa.

Termômetros chegaram aos 44°C na Espanha em julho durante onda de calor. Foto: Cidade de Zaragoza, região norte. Divulgação pelo twitter @cityguay1
Termômetros chegaram aos 44°C na Espanha em julho durante onda de calor. Foto: Cidade de Zaragoza, região norte. Divulgação pelo twitter @cityguay1

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Aumento das ondas de calor
Apesar das ondas de calor estar mais frequentes, intensas e longas, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) ainda não decidiu nomear os eventos, como faz com as tempestades tropicais e os furacões.

O nome Zoe é uma iniciativa inédita que faz parte do Projeto proMETEO Sevilha em resposta às mudanças climáticas e com o intuito de alertar a população para os riscos à saúde durante o fenômeno meteorológico.

Os estudiosos explicam que a maioria das pessoas não tem os esclarecimentos necessários para compreender o que significa vários dias de calor extremo e sua gravidade para a saúde.

O projeto é um piloto e o nome Zoe foi usado para facilitar a identificação da onda de calor, chamando a atenção do público para os impactos à saúde e as orientações buscando minimizar as consequências das temperaturas extremas.

Assim como os furacões, os nomes das ondas de calor poderão ser alternados entre masculino e feminino em ordem alfabética futuramente.

Será testado um sistema de alerta durante o ano que deve anunciar as ondas de calor para que a população possa se preparar e buscar na prática formas de reduzir os perigos à saúde.

Meteorologistas da Agência Meteorológica do Estado Espanhol (AEMET) definem um episódio de calor excessivo com três dias consecutivos ou mais onde pelo menos 10% das estações meteorológicas registrem temperaturas acima da média levando em conta o período de 1971 ao ano 2000.

Você também pode se interessar pelo Podcast Qual calor poderemos suportar?

Espanha está em primeiro lugar na Europa em incêndios este ano
A Europa já atingiu o número recorde de devastação desde janeiro, de acordo com o monitoramento do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), que faz levantamentos desde 2006.

Incêndio em Sigues esta semana preocupa ainda mais pela proximidade das casas. Crédito: Divulgação pelo twitter @MikelBelasko
Incêndio em Sigues esta semana preocupa ainda mais pela proximidade das casas. Crédito: Divulgação pelo twitter @MikelBelasko

Já foram queimados quase 660 mil hectares em 2022 superando o recorde de cerca de 420 mil hectares registrado em 2017.

A Espanha está no topo do ranking, sendo o país com mais hectares queimados em incêndios florestais este ano, chegando a 265 mil hectares devastados pelo fogo.

A onda de calor em julho se destacou por ter potencializado os incêndios em Portugal e na Espanha, deixando um saldo de mais de mil mortos em razão do calor extremo.

A França também ganhou destaque com graves incêndios florestais que ocorreram durante as últimas três ondas de calor deste verão europeu. São quase 62 mil hectares de área queimada, de acordo com o EFFIS. Em Gironde, no sudoeste francês, mais de 12 mil pessoas foram evacuadas durante dois grandes incêndios no mês passado.

Super recordes de julho!
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), julho de 2022 entrou para a história como um dos três meses de julho mais quentes globalmente, resultado das ondas de calor prolongadas e intensas que atingiram muitas partes da Europa e dos Estados Unidos.

A temperatura ficou perto de 0,4°C acima da média levando em conta o período de referência de 1991 a 2020.

Temperaturas absolutas superiores a 40°C foram observadas em Portugal, na Espanha, na França e no Reino Unido. Este último registrou 40°C pela primeira vez na história das medições do MetOffice.

No caso da Espanha, foram os dias quentes mais prolongados da história com temperaturas extremas entre 9 e 26 de julho.

O gelo marinho da Antártida foi o mais baixo para julho já registrado, de acordo com o Copernicus Climate Change Service da Europa.

Em paralelo ao calor extremo, a seca é também é recorde com baixas precipitações em grande parte da Europa, afetando diretamente a agricultura, a economia e aumentando os riscos de incêndios florestais.

A tendência de temperaturas extremas e a seca continua em partes da Europa neste mês de agosto, mantendo, portanto, o risco de incêndios florestais, mas não deverão ocorrer valores acima dos observados em julho, afirma a OMM.

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