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Quinta-feira, 8 fev 2024 - 12h27
Por Maria Clara Machado

Onda de calor que impulsionou incêndios no Chile coloca em alerta a Patagônia Argentina

A intensa onda de calor que elevou excepcionalmente as temperaturas no Chile, dias antes dos incêndios devastadores atingirem as áreas urbanas de Valparaíso e Viña del Mar, também está estimulando o surgimento dos focos de fogo em outras partes da América do Sul. O Parque Nacional de Los Alerces, na Patagônia Argentina, está queimando há quase 15 dias.

Parque Nacional de Los Alerces, na Patagônia Argentina, registra vários focos de incêndio desde o final de janeiro. Crédito: divulgação instagram @<BR>pn los alerces
Parque Nacional de Los Alerces, na Patagônia Argentina, registra vários focos de incêndio desde o final de janeiro. Crédito: divulgação instagram @
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O número de mortes subiu para 131 nos incêndios florestais devastadores, que começaram a atingir as áreas urbanas de Valparaíso e Viña del Mar em 2 de fevereiro. As autoridades afirmam que ainda há cerca de 300 pessoas desaparecidas, no último balanço divulgado nesta quinta-feira, dia 8.

Os incêndios começaram em áreas florestais montanhosas ao leste de Viña del Mar, como revela a imagem de satélite capturada em 3 de fevereiro pelo Aqua, da NASA:

Imagem de satélite mostra o início dos incêndios devastadores que atingiram o centro-sul do Chile esta semana. Crédito: Earthobservatory/NASA
Imagem de satélite mostra o início dos incêndios devastadores que atingiram o centro-sul do Chile esta semana. Crédito: Earthobservatory/NASA

Onda de calor, ventos fortes e vegetação seca
Ventos fortes espalharam muita fumaça e fizeram o fogo se alastrar rapidamente em direção às áreas densamente povoadas na periferia da cidade. Na região há muitas moradias mais vulneráveis com construções precárias de madeira e zinco.

A combinação da vegetação muita seca, a baixa umidade do ar, os ventos acima de 40 km/h e as temperaturas excepcionalmente altas do começo do mês contribuíram para que os incêndios saíssem de controle, resultando na pior tragédia natural do país desde o terremoto de 2010.

Miguel Castilho da Conaf, responsável pela gestão florestal do Chile, explica que este tipo de incêndio gera o seu próprio microclima. São redemoinhos de fogo, quase incontroláveis desde o início, principalmente por encontrar muita vegetação seca para queimar.

A onda de calor que se estabeleceu entre o final de janeiro e começo de fevereiro no Chile elevou as temperaturas perto de 40°C em algumas áreas. A capital Santiago registrou 37°C, o que teria feito muitos moradores procurarem as áreas costeiras de Viña del Mar, no litoral do Pacífico.

Pelo menos 6 mil casas foram atingidas pelo fogo em bairros inteiros queimados em Viña del Mar e cerca de 8.500 hectares destruídos, segundo as atualizações do Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres do Chile (SENAPRED).

Patagônia Argentina também é castigada pelo calor excessivo
A mesma onda de calor também foi sentida em outras localidades da América do Sul. Temperaturas recordes foram registradas próximo à Bogotá, na Colômbia, em janeiro, eclodindo grandes incêndios florestais nas colinas da região.

A Patagônia Argentina, que começou o ano com uma intensa onda de calor e temperaturas de 44°C também está sendo impactada mais uma vez pelas temperaturas altas no intervalo de poucas semanas.

Onda de calor está estimulando o aparecimento de novos focos de incêndio no Parque Nacional de Los Alerces, na Patagônia Argentina. Crédito: divulgação Instagram pn los alerces<BR>
Onda de calor está estimulando o aparecimento de novos focos de incêndio no Parque Nacional de Los Alerces, na Patagônia Argentina. Crédito: divulgação Instagram pn_los_alerces

Os bombeiros lutam para controlar o incêndio que atinge o Parque Nacional de Los Alerces, na província de Chubut, no sul da Argentina, desde 25 de janeiro.

Quase 7 mil hectares da área já foram devastados pelo fogo e famílias tiveram que ser evacuadas porque as chamas se aproximaram da cidade de Esquel na segunda-feira.

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