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Quinta-feira, 9 nov 2023 - 16h10
Por Maria Clara Machado

Planeta tem o outubro mais quente já registrado na história na terra e no mar

O ano de 2023 caminha para ser o mais quente já registrado na história do planeta desde que se tem medição. O Serviço Copernicus, programa de observação da Terra, ligado à União Europeia, acaba de divulgar dados de outubro, confirmando ter sido o quinto mês consecutivo de temperaturas globais recordes e o outubro mais quente da história.

Imagem ilustrativa de um iceberg <BR>flutuando perto da Baía de Disko, na Groenlândia. Crédito: NASA/Saskia Madlener
Imagem ilustrativa de um iceberg
flutuando perto da Baía de Disko, na Groenlândia. Crédito: NASA/Saskia Madlener


NOAA atualiza previsão para grande chance do El Niño continuar até junho de 2024

O recorde mensal da temperatura global vem sendo registrado desde junho desde ano, resultado da crescente emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e impulsionado pelo fenômeno El Niño.

Outubro foi novamente de calor extraordinário na terra e no mar
De acordo com o Serviço Copernicus, outubro de 2023 foi o outubro mais quente de todos já registrado no Planeta e o quinto mês seguido com recordes de temperaturas este ano.

O mês ficou com temperatura 0,85°C acima da média do período de 1991-2020 e ainda 0,40°C acima do recorde anterior de 2019.

Além disso, a temperatura média de outubro ficou 1,7°C acima do período pré-industrial.

Gráfico mostra a média de temperatura global para o mês de outubro ao longo das décadas. Crédito: C3S/ECMWF
Gráfico mostra a média de temperatura global para o mês de outubro ao longo das décadas. Crédito: C3S/ECMWF

As águas quentes no oceano em outubro também bateram recorde com a temperatura média da superfície do mar de 20,79°C, a mais alta já registrada para um mês de outubro.

Os dados computados mostraram ainda que outubro marcou o sexto mês consecutivo com níveis baixos recordes do gelo marinho na Antártida, ficando 11% abaixo da média para o período. Já a extensão do gelo marinho no Ártico atingiu o sétimo valor mais baixo para outubro, ficando 12% abaixo da média.

2023 deverá ser o ano mais quente da história
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) deve publicar dados provisórios sobre o Estado do Clima Global 2023, indicando alta chance deste ano se confirmar como o mais quente já registrado de todos os tempos.

O relatório deverá ser divulgado no dia 30 de novembro, durante a abertura da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes.

Outros relatórios também serão publicados a fim de contribuir para as tomadas de decisão de longo prazo. Um relatório sobre o Estado do Clima Global da década de 2011-2020 e o relatório anual sobre as concentrações de gases do efeito estufa provenientes de ações humanas, este último com previsão para 15 de novembro.

De janeiro a outubro de 2023, a temperatura média global é a mais alta já registrada, 1,43°C acima da média pré-industrial de 1850-1900 e 0,10°C acima da média na comparação com o mesmo período de dez meses em 2016, o recorde atual.

El Niño vai se prolongar até abril de 2024
Os especialistas em clima são unânimes em alertar que o calor vai continuar acima dos padrões normais nos próximos meses e que são cruciais as medidas para tentar conter o aquecimento do planeta.

Os modelos de clima indicam que o fenômeno El Niño no Pacífico Equatorial deva continuar pelo menos até abril de 2024, influenciando e agravando os eventos climáticos extremos como ondas de calor, inundações e secas severas.

O El Niño se estabeleceu rapidamente entre julho e agosto e atingiu força moderada em setembro. O pico do fenômeno, como um El Niño forte, deverá ser observado agora, entre novembro e janeiro de 2024, afirma a OMM.

Sabe-se que os impactos do El Niño na temperatura global ocorrem normalmente no ano seguinte ao seu desenvolvimento, ou seja, neste caso em 2024.

“O ano de 2023 está no caminho para ser o mais quente já registrado na história e o próximo ano poderá ser ainda mais quente. Isto se deve claramente à contribuição das crescentes concentrações de gases com efeito de estufa que retêm o calor, provenientes das atividades humanas”, declarou o Secretário-Geral da OMM, Petteri Taalas, na última quarta-feira.

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