Sexta-feira, 14 abr 2023 - 10h36
Por Maria Clara Machado
O Centro de Previsão Climática da NOAA acaba de atualizar as projeções para os próximos meses elevando as chances do El Niño se estabelecer efetivamente. A probabilidade aumenta ainda mais a partir do meio do ano, o que deve influenciar diretamente as médias de temperaturas globais e a nova temporada de furacões.
Mapa mostra a diferença da temperatura da superfície do mar em março de 2023 em relação à média. Crédito: Climate.gov/NOAA O El Niño clássico deve ser observado com maior precisão a partir dos meses de junho e julho, segundo o último boletim da NOAA divulgado em 13 de abril. A probabilidade do evento é de 62% no trimestre maio, junho e julho e acima de 70% no trimestre junho, julho e agosto. As chances de El Niño aumentam ainda mais a partir da primavera até o final de 2023, com probabilidade acima de 80% de o fenômeno influenciar o clima globalmente. A anomalia da temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central, que é a principal região de monitoramento para indicar o fenômeno El Niño ou La Niña, está atualmente em neutralidade. Projeção para o estabelecimento do fenômeno El Niño nos próximos trimestres. Crédito: NOAA Entretanto, no Pacífico leste, próximo à costa do Equador e do Peru, um El Niño costeiro intenso já vem sendo observado há mais de um mês. O aumento da temperatura da superfície do mar, que está até 8°C acima do normal em algumas áreas, tem impacto localmente no volume de chuvas, nas cheias dos rios, inundações e deslizamentos de ambos os países. A NOOA está confiante nas projeções, pois além das observações das alterações da temperatura da superfície do mar, todos os modelos climáticos de computador estão de acordo com a previsão e fornecendo probabilidades muito altas de que o El Niño se desenvolva este ano. Anomalia da temperatura da superfície do mar em 5 de abril. A escala de cores indica temperaturas elevadas na costa do Peru e do Equador, onde é observado o El Niño costeiro. Crédito: NOAA
Em geral, a presença do El Niño costuma diminuir a formação de tempestades tropicais e furacões no lado do Atlântico e aumentar a ocorrência das tormentas no lado do Pacífico. O El Niño acaba influenciando a mudança na direção e a força dos ventos, da superfície em direção as camadas mais altas da atmosfera, dificultando assim, o crescimento de furacões no caso do Atlântico norte, explica a NOAA. A previsão de furacões do Atlântico e do Pacífico deve sair no mês que vem e os especialistas estão atentos a possível influencia do El Niño na temporada deste ano.
É comum pensar que os anos de El Niño são mais quentes do que os de La Niña. Porém, o aquecimento global impede essa lógica e nos últimos três anos mesmo com um evento triplo de La Niña, as médias globais de temperatura estiveram muito mais altas do que a normalidade. A NOAA lembra que 2022, ano de La Niña, foi o sexto mais quente globalmente, desde que os registros meteorológicos começaram em 1880. Se o El Niño se desenvolver este ano, aumentará as chances de uma temperatura global recorde novamente, finaliza a NOAA. |
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