Quinta-feira, 9 mar 2023 - 10h00
Por Maria Clara Machado
Com 74% do estado gaúcho em situação de emergência por causa da estiagem, uma nova onda de calor vinda da Argentina deve marcar pelo menos os próximos dez dias o Rio Grande do Sul. Os especialistas apontam ainda para um período de chuvas irregulares na região.
Lavouras ainda enfrentam a seca prolongado no Rio Grande do Sul e perdas podem passar de 40% na safra de milho. Crédito: Divulgação Defesa Civil O Rio Grande do Sul, que enfrenta grande déficit de chuva neste verão, teve a situação agravada pelas altas temperaturas nos últimos meses. A estiagem atingiu com força os campos e a redução já é de 30% na safra de soja e superior a 40% na safra de milho em relação às projeções iniciais feitas pela EMATER. De acordo com dados atualizados pela Defesa Civil do Estado, o número de municípios com decreto de situação de emergência por conta da seca chega a 369, de um total de 497 municípios gaúchos. As precipitações muito abaixo da média marcaram os meses de dezembro, janeiro e fevereiro no Rio Grande do Sul, ainda sob a influência do fenômeno La Niña, embora em fase de enfraquecimento e término. Os impactos aparecem não só nas culturas de grãos, mas também nas pastagens e na escassez de água dos reservatórios na maioria dos municípios do estado. Segundo especialistas em agrometeorologia, o menor volume de chuva, somado à maior radiação solar e as temperaturas altas resultaram numa evaporação mais elevada, observada principalmente na Fronteira Oeste e na região da Campanha gaúcha ainda em fevereiro. Imagem da Barragem Santa Bárbara, que alimenta Pelotas, chegou a ficar quase seca no começo do ano. Crédito: Divulgação Sanep. Bagé, região da Campanha, com baixo nível nas barragens desde janeiro. Crédito: Divulgação Daeb O evento de chuva extrema na virada para março ocorreu somente em algumas áreas do estado do Rio Grande do Sul. A chuva volumosa que causou enchentes e grandes estragos ficou concentrada no nordeste gaúcho, incluindo o litoral norte e a região serrana. Porém, muitos reservatórios do estado continuam quase secos e as lavouras seguem com a necessidade de irrigação complementar. A chuva volumosa do fim de semana ajudou a melhorar os níveis das bacias do Taquari Antas, Caí, Sinos, Gravataí, Mampituba e Tramandaí, segundo as informações da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA). Entretanto, ainda há seis bacias principais no estado em alerta por conta do baixo nível dos rios.
As temperaturas voltaram a ficar acima dos 34°C nas áreas de fronteira com o Uruguai e a Argentina e a indicação é de mais calor nos próximos dias.
Mas, os especialistas alertam que o retorno da chuva melhor distribuída e regular no estado como um todo, ainda poderá demorar alguns meses para ocorrer efetivamente. O último prognóstico da NOAA divulgado em 8 de fevereiro indicava grande probabilidade de uma fase neutra, ou seja sem La Niña e sem El Niño no próximo trimestre, com 94% de chance de neutralidade entre Março, Abril e Maio. Um novo boletim deve ser atualizado pela NOAA até o final desta semana. |
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