Quarta-feira, 3 mai 2023 - 10h22
Por Maria Clara Machado
Pesquisadores da Universidade de Washington estão estudando um misterioso líquido quente, que brota de um pequeno buraco no fundo do Pacífico, na altura da costa de Oregon, nos Estados Unidos. Os especialistas investigam se a descoberta pode ser um sinal possível de grande terremoto a caminho.
Imagens capturadas durante o mergulho do robô ROPOS R1858 em 24 de julho de 2015. A saída do fluído da abertura, denominada Pythia's Oasis, foi observada durante vários mergulhos em 2015 e 2016. Crédito: Universidade de Washington O líquido foi descoberto acidentalmente em 2015, quando um sonar de uma embarcação americana na região, capturou imagens inusitadas de bolhas saindo do fundo do mar. Posteriormente, um robô foi enviado algumas vezes para explorar a região e detectou, então, o estranho líquido 9 graus mais quente do que a água do mar em profundidade. Foi descoberto que as bolhas proveem de um local único e bem definido de 5 centímetros de diâmetro, onde então, um fluido quente e quimicamente diferente da água está jorrando do fundo do mar. Além da diferença de temperatura entre o líquido expelido e a água do mar ao redor, uma baixa salinidade também foi detectada a vários metros do orifício. Imagem aproximada do buraco por onde sai o fluido detectado pela primeira vez em 2015. Crédito: Universidade de Washington Na região está a Falha Cascadia, ou denominada Zona de Subducção Cascadia, de 960 quilômetros de comprimento, onde a placa Juan de Fuca afunda abaixo da placa tectônica Norte-Americana. Os pesquisadores acreditam que o fluido vem diretamente do limite da placa de Cascadia e ajuda a controlar o acúmulo de tensão entre as duas placas em convergência. A fonte subaquática, denominada então Pythia’s Oasis, fica no limite da placa tectônica Norte-Americana, na altura de Newport, em Oregon. Mapa mostra a localização da Zona de Subducção Cascadia no fundo do Pacífico leste, ao largo do norte dos Estados Unidos ao Canadá. Crédito: fr.wikipedia O grande temor é que isto possa ser o sinal de um Big One a caminho. A costa dos Estados Unidos convive com a ameaça de um grande terremoto devastador, o maior de todos e que seria desencadeado pela falha. O estudo aprofundado, sobre o vazamento do líquido, sua composição e possíveis causas e conseqüências, foi detalhado em artigo publicado pela Science Advances. Evan Solomon, professor de oceanografia e um dos coautores da pesquisa, fala que as observações são de “bolhas de metano saindo do fundo do mar como uma mangueira de incêndio, algo nunca visto antes”. Imagem adquirida pelo sonar da fonte subaquática, Pythia’s Oasis, mostra bolhas subindo do fundo do mar, a cerca de um quilômetro de profundidade e 80 quilômetros de Newport, Oregon. Crédito: Divulgação Universidade de Washington/Philip et al./Science Advances Segundo os especialistas, o fluido liberado pode ser uma má notícia, pois ele funciona como uma espécie de “lubrificante” entre as placas tectônicas no fundo do oceano, diminuindo o estresse do atrito entre elas. Quanto menor for a presença do líquido, maior é o risco de um tremor de alta magnitude, ressalta Solomon, na publicação do estudo. |
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