Santa Catarina registra neve em novembro pela primeira vez na história

Cidades de grandes altitudes de Santa Catarina registraram chuva congelada e neve neste primeiro de novembro de 2022, um fato considerado inédito para esta época do ano. A queda brusca nas temperaturas, anunciada desde a semana passada pelos institutos de meteorologia, é resultado de uma intensa massa polar também atípica para o mês de novembro.

Neve registrada em Urubici, no alto da serra catarinense, pela primeira vez em novembro. Crédito: Mycchel Legnagui/Reprodução Instagram @saojoaquimonline.com.br/@santacatarinaemfotosbr

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Teve de tudo: Neve, chuva congelante e chuva congelada
Pelas redes sociais foi possível acompanhar postagens da chuva congelante em São Joaquim, por volta das 6h50, que registrou a temperatura mínima de 2,2°C, segundo o EPAGRI/CIRAM.

O frio foi ainda mais forte em Urupema com mínima 1,4°C e na estação do Morro da Igreja, em Urubici com mínima de 1,3°C ao amanhecer.

Em nota de confirmação, o EPAGRI/CIRAM, também divulgou a ocorrência de chuva congelada e neve no alto da serra catarinense, no Morro da Igreja, que tem cerca de 1800 metros de altitude, por volta das 8h30.

As rajadas de vento de 69km/h contribuíram para aumentar a sensação do frio que era rigoroso na serra. No momento da queda de neve, a temperatura estava em -0,4°C, mas a sensação térmica chegou a -20°C em Urubici.

Mesmo com a toda situação extrema, a temperatura de -1,5°C recorde em novembro de 1992 não foi superada, mas há chance dessa marca ainda ser batida na próxima madrugada, afirma o EPAGRI/CIRAM.

A neve registrada em novembro é inédita em pelo menos um século de medições do órgão.

Chuva congelada é registrada em São Joaquim na manhã de primeiro de novembro de 2022. Crédito: Mycchel Legnagui/Reprodução Instagram @saojoaquimonline.com.br

Embora os fenômenos de chuva congelada e chuva congelante se confundam, existe diferença na formação deles. Na chuva congelada, a neve derrete e recongela no caminho da nuvem até o chão antes de cair na superfície. Já na chuva congelante, a neve também derrete e recongela, mas já em contato com a superfície.

A neve, por si só, é quando os flocos caem desde o topo da nuvem até a superfície, sem alterações do seu estado durante o caminho.

La Niña é o grande responsável
O La Niña é o grande responsável pela entrada dessas massas polares intensas e tardias na Região Sul do Brasil este ano. O fenômeno caracterizado pela anomalia negativa das temperaturas da superfície do mar no Pacífico equatorial e central deve continuar nos próximos meses, abrangendo todo o período do verão no Hemisfério Sul, segundo as projeções atuais feitas pela NOAA.

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