Segunda-feira, 19 dez 2022 - 10h46
Por Maria Clara Machado
A mais nova missão espacial da NASA, denominada Surface Water and Ocean Topography (SWOT), foi lançada com sucesso no topo de um foguete SpaceX Falcon 9, direto do sul da Califórnia, na manhã da última sexta-feira, dia 16. A espaçonave considerada inovadora em tecnologia pretende fornecer informações vitais para o cenário das mudanças climáticas.
Ilustração mostra o satélite SWOT em órbita com a luz do sol refletindo no conjunto de painéis solares e as duas antenas de instrumentos KaRIn instaladas. Crédito: CNES O SWOT se separou do segundo estágio do Falcon 9 estando em boas condições e passará agora, por um série de verificações para então começar a coletar os dados científicos do oceano em cerca de seis meses, explica a NASA. A principal missão deve ter duração inicial de três anos.
A parceira da NASA e do CNES já dura três décadas e a colaboração foi pioneira no uso do um instrumento espacial altímetro para estudar o nível do mar no lançamento do satélite TOPEX/Poseidon em 1992. Os anos passaram e os cientistas esperam grandes avanços com o SWOT no preenchimento de lacunas em nosso conhecimento, fornecendo dados mais precisos para questões urgentes ligadas às mudanças climáticas e ao aumento do nível do mar. Lançamento do satélite SWOT no dia 16 de dezembro na Califórnia. É a primeira missão de satélite que observará quase toda a água na superfície da Terra. Crédito: NASA/Keegan Barber Seu principal estudo será a medição da altura da água em corpos de água doce e nos oceanos mapeando mais de 90% da superfície da Terra. As pesquisas científicas vão ajudar a responder algumas perguntas relacionadas à influência do oceano nas mudanças climáticas, assim como o mundo em aquecimento afeta os lagos, rios e reservatórios e ainda trazer dados para melhorar o preparo frente aos desastres naturais, como as enchentes e as secas. “Mares mais quentes, clima extremo, incêndios florestais mais graves – essas são apenas algumas das consequências que a humanidade enfrenta devido às mudanças climáticas”, afirma Bill Nelson, administrador da NASA. “Estamos ansiosos para ver o SWOT em ação”, declarou Karen St. Germain, diretora da divisão de Ciência da Terra, da NASA. “Este satélite representa como estamos melhorando a vida na Terra por meio da ciência e inovações tecnológicas. Os dados são essenciais para entender melhor como o ar, a água e os ecossistemas da Terra interagem e como as pessoas podem prosperar em nosso planeta em mudança”, afirmou a diretora.
A espaçonave possui um instrumento de radar inovador, chamado KaRIn, que permitirá aos engenheiros determinar com precisão a altura da superfície da água em duas faixas por vez, cada uma com 50 quilômetros de largura. As medições conseguirão ser feitas através das nuvens e também à noite. O SWOT também terá a capacidade de fornecer imagens significativamente mais claras dos corpos de água doce capturando dados sobre mais de 95% dos lagos da Terra. Atualmente os pesquisadores possuem dados de milhares de lagos ao redor do globo e o novo satélite vai aumentar esse número para milhões de corpos. Informações importantes sobre o nível do mar e as áreas costeiras também serão base de estudo do SWOT. |
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