Segunda-feira, 2 out 2023 - 10h16
Por Maria Clara Machado
A vila Arumã, no município de Beruri, no Amazonas, foi engolida por uma grave erosão ocorrida no sábado à noite. O desmoronamento é consequência direta do período de seca que se agrava e está fazendo os principais rios e afluentes secarem no estado. Quase todos os municípios do Amazonas estão em situação de emergência.
Vista do que sobrou da Vila de Arumã, em Beruri, no Amazonas, após grave erosão ocorrida em 30 de setembro. Crédito: Divulgação/Prefeitura de Beruri Beruri fica a cerca de 170 quilômetros ao sudoeste de Manaus e assim como praticamente todo o estado do Amazonas, vem enfrentando um grave período de seca. A diminuição do nível do rio Purus, que banha a região de Beruri acabou provocando infiltração nas margens, gerando a instabilidade no solo, que culminou com a grande erosão. Especialistas explicam que esse fenômeno é conhecido como terras caídas e ocorre principalmente no período de seca. A erosão acontece em parte do solo nas margens dos rios, em geral com grande volume e pouco profundos. O desmatamento também agrava a situação, pois a água nas margens acaba abrindo uma espécie de caverna subterrânea até que sua ruptura produza a queda do terreno.
Vila Arumã, em Beruri, antes de ser engolida pelo desmoronamento de terra. Crédito: Divulgação/ Francimar Lima Beruri após a grande erosão que engoliu a Vila Arumã no sábado, dia 30 de setembro. Crédito: Divulgação/Prefeitura Beruri Segundo informações dos Bombeiros, foi confirmada uma vítima fatal e quatro desaparecidos até esta segunda-feira, dia 2 de outubro. Pelo menos 40 casas foram destruídas e 200 pessoas afetadas diretamente pela erosão. De acordo com as autoridades, as famílias desabrigadas estão emergencialmente num centro comunitário de área vizinha, recebendo suporte da Secretaria do Estado do Meio Ambiente, Defesa Civil e outros órgãos de assistência. Margens do rio que corta Beruri revelam parte da erosão. Crédito: Prefeitura de Beruri
Dos 62 municípios do Amazonas, 60 decretaram situação de emergência nas últimas semanas por causa da seca nos rios. Bancos de areia se formaram no Rio Negro, em Manaus, e estão dificultando a navegação das embarcações para as comunidades ribeirinhas, que já estão sofrendo com o desabastecimento de água potável e alimentos, assim como a capital. Em um afluente do Solimões, uma tragédia ambiental aconteceu nos últimos dias com milhares de peixes e 120 botos cor-de-rosa mortos por falta de oxigênio na água. Os meteorologistas afirmam que o déficit de chuva ainda vai ser observado pelo menos durante o mês de outubro, agravando ainda mais a situação da seca em estados da Região Norte. |
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