Terça-feira, 14 mai 2024 - 10h18
Por Maria Clara Machado
A Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) detectou pequenos tremores de terra em cidades da Serra Gaúcha nas últimas 24 horas. Os abalos são do tipo natural e os técnicos não descartam que a ação das chuvas excessivas no Rio Grande do Sul, possa ter contribuído para o evento.
Rachaduras em Caxias do Sul após chuvas volumosas dos últimos dias. Crédito: Divulgação/SMOSP/Fotos Públicas O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) detectou a sequência de um tremor em Bento Gonçalves, um em Veranópolis e dois em Caxias do Sul durante a madrugada do dia 13 de maio. O abalo de Bento Gonçalves atingiu magnitude 2.4 e os demais magnitude 2.2. O Observatório Sismológico de Brasília (SIS/UnB), também parceiro da RSBR, indicou a localização de um dos tremores em Pinto Bandeira com magnitude 2.3 e também confirmou os demais sismos em Bento Gonçalves e Caxias do Sul com magnitudes 2.4 e 2.3, respectivamente. Entre 4 a 6 estações automáticas detectaram todos os pequenos tremores e foram revisados pelos técnicos do Observatório. Houve relatos de moradores de Caxias do Sul que sentiram os tremores por alguns minutos entre 3 e 4 da manhã de segunda-feira. Os abalos vieram acompanhados de barulhos de estouro e assustaram bastante. O Corpo de Bombeiros recebeu diversos chamados, mas não houve danos em decorrência desses sismos. Mapa mostra localização dos tremores de terra detectados na Serra Gaúcha no dia 13 de maio. Crédito: SIS/UnB
O sismólogo Bruno Collaço, do Centro de Sismologia da USP, declara que “em geral, seriam necessários alguns meses depois das chuvas para que tremores desse tipo ocorressem, mas não se pode descartar essa possibilidade e de qualquer forma, são necessários estudos aprofundados para afirmar com precisão as causas desses sismos”. O Rio Grande do Sul já tem histórico de pequenos abalos e inclusive, com sismos na Serra Gaúcha e a “ação da água pode ter contribuído para antecipar um sismo que já iria ocorrer naturalmente na região”, afirma o professor Lucas Vieira Barros do SIS/UnB. Com a grande quantidade de chuva, a água infiltrada no solo atingiu camadas mais profundas de rochas e essa situação pode ter ajudado na movimentação de uma possível falha geológica. O diretor de Gestão Ambiental da SEMMA, o geólogo Caio Torques, afirma que "o que está ocorrendo é a acomodação de camadas rochosas subterrâneas, o que já ocorreu no município em outras oportunidades". Mapa mostra sismos no Brasil acima de 2.5 magnitudes registrados no período de 1720 a 2023. Crédito: divulgação RSBR A quantidade de chuva foi muito elevada nas duas últimas semanas e em algumas localidades ultrapassou os 600 mm desde o começo do mês. A Serra Gaúcha voltou a receber chuva forte e em grande volume no fim de semana, o que elevou ainda mais o risco de deslizamentos de terra. A região segue em alerta pela Defesa Civil, que continua orientando as famílias a saírem das áreas de risco. Rachaduras são registradas em asfalto de Caxias do Sul. Crédito: Divulgação/SMOSP/Fotos Públicas |
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