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Terça-feira, 21 nov 2023 - 10h30
Por Maria Clara Machado

Temperatura média global fica 2 graus acima da era pré-industrial pela primeira vez

Um recorde de anomalia das temperaturas bastante preocupante acaba de ser registrado pela primeira vez na história. A temperatura média diária global alcançou 2,07°C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900), no último dia 17 de novembro. O marco coloca de novo em cheque os limites estabelecidos pelo Acordo de Paris assinado em 2015.

Mapa mostra temperaturas acima ou abaixo da média no globo em 17 de novembro de 2023. Crédito: Climate Change Institute/University of Maine/@WMO
Mapa mostra temperaturas acima ou abaixo da média no globo em 17 de novembro de 2023. Crédito: Climate Change Institute/University of Maine/@WMO

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O que já era temido pelos especialistas em clima se confirmou e a anomalia diária da temperatura global do ar ultrapassou a meta do Acordo de Paris, assinado em 2015 por 196 países, que se compromete a reduzir drasticamente as emissões dos gases do efeito estufa e frear o aquecimento desenfreado do planeta.

Pelo Acordo de Paris o aumento da temperatura média global precisa ser limitado ao aumento de até 1,5°C tendo como referência os valores do período pré-industrial. Entretanto, o aumento médio da temperatura global já vem sendo ultrapassado com recordes diários e anuais.

O marco de anomalia diária de 2,07°C em 17 de novembro é registrado pela primeira vez pelo Serviço Copernicus ligado à União Europeia, que monitora as alterações climáticas globais.

A média se manteve alta no sábado, dia 18 de novembro, ficando 2,06°C acima dos níveis pré-industriais.

Gráfico mostra que 17 de novembro foi o primeiro dia em que a temperatura global excedeu 2°C acima dos níveis pré-industriais. Crédito: @CopernicusECMWF
Gráfico mostra que 17 de novembro foi o primeiro dia em que a temperatura global excedeu 2°C acima dos níveis pré-industriais. Crédito: @CopernicusECMWF

Como fica o Acordo de Paris?
Os cientistas ressaltam que são valores diários e não representam a média anual, sendo assim, não significa ainda que o Acordo de Paris foi rompido completamente.

As preocupações continuam sendo as projeções futuras diante de tantos recordes sucessivos observados no planeta. O ano de 2023 caminha para ser o mais quente da história, impulsionado pela alta na concentração dos gases do efeito estufa e a influência de um El Niño forte, de acordo com os dados da NOAA.

Os pesquisadores e os estudiosos são categóricos em afirmar que se medidas mais drásticas para conter o aquecimento global não forem seguidas imediatamente, as projeções para o aumento médio da temperatura global poderão saltar para 2,9°C acima da era pré-industrial num futuro próximo.

Os dados recentes do Serviço europeu Copernicus ocorrem às vésperas da Conferência do Clima da ONU, a COP28, que começa dia 30 de novembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

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