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Quinta-feira, 23 nov 2023 - 16h45
Por Maria Clara Machado

Temperaturas globais poderão ficar muito acima do Acordo de Paris até o fim do século

As ações para a redução drástica dos níveis de concentrações dos gases de efeito estufa nunca foram tão urgentes. O novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado recentemente, revelou aumento recordes nas concentrações de poluentes e servirá de base para as negociações na COP28, que acontecerá entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes.

Imagem ilustrativa. Mãe e filhos enfrentam a onda de calor intenso, que atingiu São Paulo e o Brasil na última semana. Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil/Fotos Públicas
Imagem ilustrativa. Mãe e filhos enfrentam a onda de calor intenso, que atingiu São Paulo e o Brasil na última semana. Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil/Fotos Públicas

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De acordo com o novo Boletim de Gases com Efeito Estufa, publicado pela OMM em 15 de novembro, as concentrações de CO2 e outros gases na atmosfera atingiram um novo recorde em 2022 e continuam crescendo em 2023.

As concentrações médias globais de dióxido de carbono (CO2), o primeiro do ranking na lista dos gases com efeito estufa, ficaram 50% acima da era pré-industrial no ano passado pela primeira vez.

As concentrações do gás metano também cresceram e os níveis de óxido nitroso, o terceiro principal gás do efeito estufa, registraram o maior aumento anual entre 2021 e 2022, já observado até hoje.

Gráficos mostram aumento das concentrações dos principais gases de efeito estufa no decorrer dos últimos anos. Crédito: Divulgação OMM
Gráficos mostram aumento das concentrações dos principais gases de efeito estufa no decorrer dos últimos anos. Crédito: Divulgação OMM

Na direção errada
O Secretário-Geral da OMM, Prof. Petteri Taalas, ressalta que mesmo após décadas de alertas da comunidade científica e de dezenas de conferências sobre o clima, “continuamos caminhando na direção errada”.

“O atual nível de concentrações de gases com efeito estufa nos coloca rumo a um aumento das temperaturas globais muito acima das metas do Acordo de Paris até o final do século”, acrescentou Taalas.

Pelo Acordo de Paris, assinado por 196 países em 2005, o aumento das temperaturas médias globais precisa ser limitado em até 1,5°C na comparação com o período pré-industrial, para se evitar um colapso climático. Atualmente, as novas projeções já indicam aumento que poderão alcançar no pior cenário 2,9°C.

A OMM explica que pouco menos da metade das emissões de CO2 permanecem na atmosfera. Cerca de um quarto é absorvido pelo oceano e pouco menos de 30% por ecossistemas terrestres, como as florestas, com essa fatia variando ano a ano.

Enquanto as emissões continuarem, o CO2 também vai continuar se acumulando na atmosfera, levando ao aumento da temperatura global. Devido à longa vida do CO2, o aumento das temperaturas já observado persistirá durante várias décadas, mesmo que as emissões sejam rapidamente reduzidas a zero.

“Não existe uma varinha mágica para remover o excesso de dióxido de carbono da atmosfera. Mas, temos as ferramentas para reforçar a nossa compreensão dos motores das alterações climáticas, através da nova Observação Global de Gases com Efeito de Estufa da OMM”, afirmou Taalas.

Os dados mais aprofundados do relatório da OMM servirão de base para as discussões sobre os impactos das mudanças climáticas e a busca de soluções, que deverão acontecer durante a Conferência do Clima da ONU este ano.

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