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Quinta-feira, 1 dez 2022 - 10h05
Por Maria Clara Machado

Temporada de furacões do Atlântico de 2022 termina com 14 tempestades tropicais

A temporada de furacões do Atlântico norte de 2022 terminou oficialmente dia 30 de novembro com 14 tempestades tropicais nomeadas, das quais 8 evoluíram para um furacão. Dois grandes furacões foram destaque em impactos causados: Fiona e Ian.

Imagem do grande furacão Ian cobrindo a Península da Flórida em 27 de setembro de 2022. Foi o furacão mais arrasador que já atingiu a costa oeste da região. Crédito: NOAA
Imagem do grande furacão Ian cobrindo a Península da Flórida em 27 de setembro de 2022. Foi o furacão mais arrasador que já atingiu a costa oeste da região. Crédito: NOAA

O que aconteceu em 2022
A atual temporada produziu no total 14 tempestades que receberam nome chegando até a letra N na listagem de 2022. Oito tempestades se tornaram furacões e dois deles evoluíram para grandes furacões, em inglês, chamado de Major Hurricane, com ventos máximos sustentados acima de 180 km/h.

Lista dos nomes de tempestades projetada para o ano de 2022. Crédito: NHC/NOAA
Lista dos nomes de tempestades projetada para o ano de 2022. Crédito: NHC/NOAA

Uma temporada média de furacões produz 14 tempestades, 7 furacões, sendo 3 grandes furacões.

Em termos comparativos, a temporada de 2022 ficou bastante próxima a normalidade, mas um pouco abaixo do projetado pelo Centro de Previsão Climática da NOAA, divulgado em maio deste ano.

A previsão inicial era de 14 a 21 tempestades tropicais nomeadas, que poderiam evoluir para 6 a 10 furacões, sendo 3 a 6 grandes furacões. A estimativa era de 65% de uma nova temporada acima da média histórica:

Projeção oficial para a temporada de furacões do Atlântico de 2022 divulgada no mês de maio. Crédito: NOAA
Projeção oficial para a temporada de furacões do Atlântico de 2022 divulgada no mês de maio. Crédito: NOAA

Uma das explicações para uma temporada relativamente mais calma em relação às seis anteriores foi uma rara pausa observada nos fenômenos entre os meses de junho e agosto.

Os cientistas atribuíram condições meteorológicas específicas como a menor disponibilidade de umidade na atmosfera e o aumento do cisalhamento dos ventos no Oceano Atlântico, que dificultaram a formação das tempestades no período.

A partir de setembro, a atividade dos furacões foi retomada mais significativamente com sete tempestades nomeadas, incluindo os dois maiores furacões deste ano: Fiona e Ian.
Outro fator considerado pelo Centro de Previsão Climática da NOAA é o La Niña que permaneceu atuante durante toda a temporada.

Fiona, Ian e Nicole
Fiona, Ian e Nicole, foram os três furacões que ganharam destaque no impacto às áreas territoriais nos Estados Unidos e no Caribe.

O furacão Fiona chegou à categoria 4 na região do Caribe, ganhando força em seu trajeto por Porto Rico, a República Dominicana, as Ilhas Turcas e Caicos e as Bermudas, seguindo posteriormente pelo Atlântico Norte rumo ao leste do Canadá, onde também atingiu o solo como uma das tempestades mais intensas da região. Fiona deixou pelo menos 25 mortos em Porto Rico.

Ian foi arrasador e atingiu como um poderoso furacão categoria 4, a região de Cayo Costa, no oeste da Flórida e novamente com categoria 1, a costa da Carolina do Sul. O saldo foi de 107 mortos, sendo considerada uma das piores tormentas a atingir o solo norte-americano nos últimos anos.

As rajadas de vento de Ian chegaram a 241 km/h ganhando o posto do quinto furacão mais forte da história a atingir a costa dos Estados Unidos e o mais intenso já registrado na costa oeste da Península da Flórida. Os danos chegaram a dezenas de bilhões de dólares.
Fiona e o Ian se formaram na sequência, atuando na segunda quinzena de setembro.

Nicole tocou a costa leste da Flórida com categoria 1 tardiamente em 10 de novembro e logo foi rebaixada para uma tempestade tropical. Passou por áreas dos famosos parques temáticos em Orlando e depois seguiu para a Geórgia ainda com ventos fortes. O fenômeno não provou vítimas fatais.

Mapa resumo da temporada de furacões do Atlântico de 2022. Crédito: HurricaneCovid Created using WikiProject Tropical cyclones/Tracks/Wikipedia
Mapa resumo da temporada de furacões do Atlântico de 2022. Crédito: HurricaneCovid Created using WikiProject Tropical cyclones/Tracks/Wikipedia

Progressos e Curiosidades
O caça furacão da NOAA voou mais de 582 horas coletando dados atmosféricos essenciais para a previsão e pesquisa de furacões, passando pelo olho de um furacão 65 vezes e implantando mais de 1.700 instrumentos científicos.

Pela primeira vez, um avião de investigação de furacões percorreu um trajeto tão distante, sobrevoando a região de Cabo Verde, na costa da África, no mês de agosto, para coletar dados de uma tempestade em desenvolvimento.

Outro grande feito foi o lançamento bem sucedido do pequeno sistema de aeronaves não tripuladas no núcleo do furacão Ian, horas antes do fenômeno tocar o solo, transmitindo dados precisos da velocidade do vento e da altitude, que alcançaram 347 km/h e 655 metros de altura, respectivamente.

A NOAA conseguiu obter informações importantes capturando milhares de imagens aéreas de sobrevoos após a passagem do furacão Ian, que ajudaram por exemplo, a Guarda Costeira dos Estados Unidos na identificação emergencial dos riscos de poluição ao meio ambiente e na limpeza dos detritos marinhos.

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