Siga-nos
Terça-feira, 5 set 2023 - 10h36
Por Maria Clara Machado

Vale do Taquari enfrenta enchente histórica após passagem de ciclone extratropical

A passagem do ciclone extratropical sobre o Rio Grande do Sul provocou quantidades de chuvas excepcionais em três dias, que resultaram numa das piores catástrofes no Vale do Taquari, região rural que abrange 36 municípios na parte central do estado.

Muçum, no Vale do Taquari, enfrenta pior enchente da história da cidade. Crédito: Divulgação Prefeitura de Muçum
Muçum, no Vale do Taquari, enfrenta pior enchente da história da cidade. Crédito: Divulgação Prefeitura de Muçum

Passo Fundo e a metade norte do RS têm chuva muito acima do normal e vítimas

O nível do Rio Taquari subiu rápido na noite de ontem e na madrugada em várias cidades, e os alagamentos e a correnteza tomaram conta das ruas. Em Muçum, o nível do rio Taquari chega a 25 metros, provocando a maior enchente da história da cidade, segundo a prefeitura.

De acordo com a Defesa Civil, a enchente atinge 80% de Muçum e a situação é dramática com várias famílias aguardando resgate nos telhados das casas. O corpo de bombeiros também está com dificuldades de acesso a algumas localidades e solicitou a ajuda de helicópteros ao governo do estado. O município que tem 4,6 mil habitantes está sem comunicação desde a noite de ontem.

Muçum está 80% debaixo d'água após chuvas volumosas dos últimos três dias. Crédito: Divulgação Prefeitura de Muçum
Muçum está 80% debaixo d'água após chuvas volumosas dos últimos três dias. Crédito: Divulgação Prefeitura de Muçum

Se as medições finais se confirmarem, o rio Taquari em Muçum deve ultrapassar a cheia recorde de 2020, quando o nível alcançou 22,7 metros.

Além de Muçum, a situação também é crítica em municípios como Lajeado, Roca Sales e Encantado, onde a água também subiu até as janelas e portas das casas e existem dezenas de famílias ilhadas à espera de ajuda.

Chuva acima de 300 mm
As chuvas volumosas alcançaram a faixa entre 200 mm a mais de 300 mm na Metade Norte do Rio Grande do Sul desde o sábado, afetando com gravidade pelo menos 54 cidades gaúchas. O volume de chuva é de até três vezes mais do que a média para setembro, concentrado em poucos dias.

Bombeiros realizam salvamento de pessoas ilhadas em Serafina Corrêa, no Vale do Taquari, dia 4 de setembro. Crédito: Divulgação Instagram @cbmrs.7bbm
Bombeiros realizam salvamento de pessoas ilhadas em Serafina Corrêa, no Vale do Taquari, dia 4 de setembro. Crédito: Divulgação Instagram @cbmrs.7bbm

O balanço atualizado da Defesa Civil é de seis vítimas fatais nos municípios de Mato Castelhano, Passo Fundo, Ibiraiaras, e Estrela no Rio Grande do Sul e uma vítima em Jupiá, em Santa Catarina, até o momento em decorrência da passagem do ciclone. Mais de quatro mil mil pessoas estão desalojadas ou desabrigadas por conta das enchentes.

O ciclone extratropical se deslocou para o oceano e está associado a uma frente fria, que agora influencia parte da Região Sudeste. A situação de perigo em relação a novos temporais no Sul por equanto passou, mas os rios ainda estão altos por grande parte do estado.

A meteorologia prevê tempo firme na Região Sul nesta terça-feira, com tendência do aumento do frio. Entretanto, a chuva forte poderá retornar durante o feriado prolongado no Rio Grande do Sul.

Você também pode se interessar pelo Podcast Os ciclones estão ficando mais comuns no Rio Grande do Sul?



Procure no Painel


Links Úteis  |  Imprensa  |  Anuncie  |  Fale Conosco  |  Versão Celular  |   Política de Privacidade

Painelglobal.com.br - Todos os direitos reservados - 2008 - 2024