Ventos arrasadores podem ter sido microexplosão ou tornado no Rio Grande do Sul

Gravataí, Canoas e Cachoeirinha, estão entre os municípios da região metropolitana de Porto Alegre mais impactados pela forte chuva de granizo e ventos arrasadores da noite de segunda-feira e a madrugada de terça-feira. A extensão assustadora dos danos levanta a grande hipótese de ter se tratado de uma microexplosão ou um tornado.

Destruição de estrutura metálica em Gravataí, uma das cidades mais atingidas por ventos intensos entre os dias 15 e 16. Crédito: Divulgação Prefeitura de Gravataí

Ventos equivalentes a um furacão
As rajadas de vento mais intensas registradas chegaram a 120 km/h na base aérea de Canoas e passaram de 90 km/h em Soledade e São José dos Ausentes. Também foram verificados ventos acima de 75 km/h em cidades como Bagé, Campo Bom, Passo Fundo e Bento Gonçalves, de acordo com as estações oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

Os ventos poderosos e as pedras de granizo danificaram e destelharam várias moradias principalmente da região metropolitana de Porto Alegre. A força da tempestade derrubou postes de energia elétrica, arrancou árvores, telhas e estruturas metálicas, lembrando o cenário da passagem de um tornado.

Força dos ventos chegou a 120 km/h em Canoas na segunda-feira, dia 15. Crédito: Prefeitura municipal de Canoas

Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre, foia atingida por ventos intensos que retorceram torres de energia. Crédito: Imagem divulgada pelo twitter @OlharGravatai

Destruição em Palmares do Sul, litoral norte gaúcho, após ventania. Crédito: Divulgação Prefeitura de Palmares do Sul

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul continua o levantamento e a análise dos estragos juntamente com a verificação das imagens de radares e a situação meteorológica da região no pior momento da tempestade para que se possa concluir qual fenômeno atingiu os municípios gaúchos.

Diante dos múltiplos estragos, meteorologistas levantam a grande chance de ter ocorrido uma microexplosão, uma macroexplosão ou um tornado.

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Entenda os fenômenos: microexplosão e tornado
Técnicos afirmam que uma supercélula se formou sobre a região, ou seja, uma imensa nuvem de tempestade do tipo cumulonimbus, de grande desenvolvimento vertical, associada a tempo severo. É este tipo de nuvem, que pode, por exemplo, gerar um tornado.

Fortes correntes de ar descendentes, do interior da nuvem em direção ao solo, se espalham de uma vez só em direção a superfície como uma “explosão” e podem percorrer até um raio de seis quilômetros em poucos minuto gerando rajadas de vento potencialmente destruidoras.

Quando uma supercélula cresce e atinge sua capacidade máxima, uma tempestade desaba de uma vez só provocando ventos intensos em direção ao solo, explicam os meteorologistas.

De acordo com a extensão dos danos no solo é possível definir se o fenômeno se trata de uma micro ou macroexplosão. Se a área destruída ultrapassar seis quilômetros já é possível falar em macroexplosão.

Já o tornado, se caracteriza pelo giro do vento em forma de espiral e tem origem também a partir de uma supercélula. O tornado atinge o solo de forma pontual e provoca destruição por onde caminha. É comum observar graves danos ou uma destruição completa em uma moradia, por exemplo, e nenhum dano na moradia ao lado.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul deve divulgar as conclusões sobre o evento severo dos dias 15 e 16 nos próximos dias.

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