Terça-feira, 25 abr 2023 - 09h32
Por Maria Clara Machado
Volume recorde de algas sargaço começa chegar às praias do Caribe e da Flórida
O temor das algas sargaço invadirem em enormes quantidades as praias da Flórida e da região do Caribe nesta temporada de 2023, já está se tornando realidade. As correntes marítimas vêm favorecendo a chegada das algas marinhas em grande volume nas últimas semanas.
![]() Orla em praia da Antígua, no Caribe, tomada pelas algas sargaço no dia 24 de abril. Crédito: Divulgação Instagram/@sargassum_monitoring
A grande bolha de algas se espalha desde a costa da África até o Golfo do México, formando o Cinturão Atlântico de Sargaço. Os cientistas observam que desde 2011, a quantidade de algas de sargaço na região do Cinturão vem aumentando. Em março de 2023, foi constatado que o volume de Sargassum alcançou a extensão de 8 mil quilômetros, o dobro da largura dos Estados Unidos. A estimativa de 13 milhões de toneladas de algas no Cinturão de Sargaço já foi considerada recorde para todos os meses de março pela Universidade do Sul da Flórida (USF). ![]() Mapa indica a concentração recorde de Sargassum no Atlântico em março de 2023. Crédito: NASA Um mapa foi desenvolvido por cientistas da Faculdade de Ciências Marinhas da Universidade do Sul da Flórida (USF), utilizando dados dos satélites Terra e Aqua da Nasa, revelando onde a densidade de Sargassum é maior nas áreas vermelhas e laranja e a comparação entre os anos de 2011 e 2018. ![]() Mapa mostra evolução da quantidade de Sargassum no Atlântico nos últimos anos. Crédito: NASA O Sargassum em mar aberto e em quantidades normais é benéfico para a vida no oceano, pois fornece habitat para inúmeras espécies e produz oxigênio por fotossíntese. Entretanto, o excesso de algas no fundo do oceano, pode ter efeito contrário em corais, por exemplo. Na costa, dificulta a locomoção e a respiração de algumas espécies marinhas e a decomposição posterior libera gás sulfídrico, adquirindo um forte odor.
Várias praias banhadas pelo Mar do Caribe também estão sendo afetadas. As algas chegam à costa e invadem a faixa de areia, afastando banhistas pela grande proliferação na superfície da água e por causa do mau cheiro, afetando diretamente o turismo na região do Mar do Caribe e da Flórida, nos Estados Unidos. ![]() Crédito: Flager Beach, Flórida. Divulgação pelo twitter @GregDieselPhoto ![]() Crédito: Boca Chica, República Dominicana. Divulgação Instagram/@sargassum_monitoring ![]() Crédito: Boca Chica, República Dominicana. Divulgação Instagram/@sargassum_monitoring ![]() Crédito: Blue Bay, Grand Esmeralda. Divulgação Instagram/@sargassum_monitoring
A circulação oceânica também pode ser um fator importante, pois o Sargassum cresce mais rápido dependendo da temperatura da superfície do mar.
Segundo o Departamento de Saúde da Flórida, esse tipo de alga com uma coloração marrom, não é nociva, mas os organismos menores que vivem no Sargassum podem em maior contato com a pele produzir irritações. Biólogos explicam que o acúmulo das algas acaba fornecendo alimento e refúgio para diversas espécies de peixes, caranguejos, camarões e outros organismos. |
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