Sexta-feira, 6 jan 2023 - 09h21
Por Maria Clara Machado
O vulcão Kilauea, localizado no Parque Nacional dos Vulcões do Havaí, mudou o status de alerta de amarelo para vermelho, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). A atividade do vulcão continua confinada na região do cume da montanha com vários sinais observados.
Borda oeste da caldeira do cume do Kilauea na madrugada de 6 de janeiro de 2023. Múltiplos fluxos de lava são observados. Crédito: Imagem por webcam/USGS A erupção do cume do Kilauea recomeçou dentro da cratera Halemaumau na tarde de ontem, 5 de janeiro. Múltiplas fontes de lava são observadas, sendo a mais constante de 10 metros de altura. Ocorreram explosões maiores na parte inicial da erupção chegando até 50 metros de altura, informou o Observatório Vulcão Havaiano (HVO). Novos fluxos de lava inundaram grande parte do fundo da cratera atingindo dez metros de profundidade. Entretanto, não há indicações de atividade migrando para fora da região do cume.
A preocupação no momento é com os níveis altos de gás vulcânico, que podem ter um efeito de longo alcance, seguindo a direção dos ventos. Grandes quantidades de vapor d'água (H2O), dióxido de carbono (CO2) e dióxido de enxofre (SO2) estão sendo liberados constantemente e ao interagir com a atmosfera criam a chamada volcanic smog (névoa vulcânica). Essa névoa tóxica aumenta o risco à saúde respiratória dos visitantes do Parque e residentes em torno da região, além de danificar as colheitas e afetar os animais. Outro alerta é com relação aos fragmentos leves de vidro vulcânico, que são produzidos pelas fontes de lava. As partículas podem ser transportadas pelos ventos a centenas de metros ou até a distância maiores causando irritação em contato com a pele e os olhos. A atividade constante que vem sendo registrada no cume do Kilauea ressalta o perigo ao redor da cratera Halemaumau pela instabilidade na parede. Rachaduras no solo e quedas de rochas podem ser intensificadas por terremotos dentro da área, que permanece fechada ao público desde o final de 2007. Erupção do Kilauea vista pela torre do Observatório Vulcão Havaiano na madrugada de hoje. Crédito: Imagem por webcam/USGS/HVO
O Mauna Loa fica a 34 quilômetros ao oeste do Kilauea e permanece calmo, em aviso amarelo, neste começo de janeiro depois do despertar que marcou o final de 2022.
Erupção simultânea do Mauna Loa, à direita e do Kilauea à esquerda, registrada no final de novembro de 2022. Crédito: Parque Nacional dos Vulcões do Havaí/USGS Já no dia seguinte, em 28 de novembro, a erupção do cume havia terminado, mas várias fissuras em altas elevações na Zona do Rift Nordeste continuaram alimentando os fluxos de lava na encosta do Observatório Meteorológico de Mauna Loa. O vulcão ficou em alerta vermelho e posteriormente laranja pelo código de aviação, por vários dias em razão da sua atividade constante e das orientações e a serem seguidas pela população local. A fissura 3, de onde escorria o maior fluxo de lava era monitorada com atenção, pois seguia em direção a Saddle Road (Rodovia Daniel K.) na Ilha Grande do Havaí. Antes de sua atividade diminuir significativamente, os fluxos de lava ficaram a apenas 2,8 quilômetros da rodovia em 10 de dezembro. O Mauna Loa, que ocupa a metade do território da ilha do Havaí, já entrou em erupção 33 vezes, desde que se tem o primeiro registro em 1843 pelo USGS. |
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