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Terça-feira, 5 mar 2024 - 09h32
Por Maria Clara Machado

Vulcão La Cumbre entra em erupção em Galápagos, após várias séries de sismicidade

O vulcão La Cumbre, localizado na ilha desabitada de Fernandina, em Galápagos, iniciou um novo processo eruptivo no fim de semana, relatou o Instituto Geofísico do Equador. Técnicos monitoram se os fluxos de lava vão entrar em contato com o mar. O vulcão, no Pacífico, não apresentava atividade desde 2020.

Vulcão La Cumbre em erupção na ilha Fernandina em 3 de março de 2024. Crédito: Instituto Geofísico do Equador
Vulcão La Cumbre em erupção na ilha Fernandina em 3 de março de 2024. Crédito: Instituto Geofísico do Equador

Segundo boletim emitido pelo Instituto, o despertar do La Cumbre aconteceu no final do sábado, dia 2, por volta das 23h50, quando começou a expelir lava, depois de quatro anos da sua última erupção, em 2020.

O despertar do La Cumbre
A emissão de gases e anomalias térmicas foram detectadas via satélite GOES-16 e VIIRS, indicando o início da atividade do vulcão. Juntamente, imagens da região confirmaram a erupção a partir de uma fissura no flanco sul, num belíssimo espetáculo da natureza.

Os ventos transportaram a nuvem de gás, com pouca cinza, da direção noroeste para o sul-sudeste e sem ultrapassar as populações de outras ilhas do arquipélago Galápagos, que possuem assentamentos. Em Fernandina, não há moradores.

Mapa preliminar da zona de inundação pelos  fluxos de lava do vulcão La Cumbre. O mapa foi criado com imagens de satélite do GOES-16. Crédito: Instituto Geofísico do Equador/NOAA
Mapa preliminar da zona de inundação pelos fluxos de lava do vulcão La Cumbre. O mapa foi criado com imagens de satélite do GOES-16. Crédito: Instituto Geofísico do Equador/NOAA

A última erupção do La Cumbre, em 12 de janeiro de 2020, durou cerca de nove horas e foi caracterizada pela abertura de uma fissura localizada sob a borda leste da caldeira, por onde os fluxos de lava foram emitidos.

A nuvem de gás atingiu uma altura máxima de 3,5 quilômetros de altitude, seguido por aumento da sismicidade nas semanas seguintes.

De acordo com o relatório técnico mais recente, “a frequência e a magnitude dos sismos no vulcão La Cumbre aumentaram progressivamente, sugerindo que o magma se acumulou em níveis superficiais. Posteriormente, houve um aumento progressivo da sismicidade em Fernandina durante o primeiro semestre de 2023, e depois uma série de pulsos de sismicidade no segundo semestre do ano”.

O La Cumbre entrou em erupção 4 vezes em 8 anos e tem cerca de 30 erupções registradas desde o ano de 1800, sendo o mais ativo de Galápagos.

Riscos monitorados
O Instituto Geofísico do Equador não divulgou ao certo quanto tempo a atividade atual do vulcão deve durar, mas acredita que possa ser maior que as anteriores de 2017, 2018 e 2020.

Imagem do La Cumbre em 2 de março de 2024. Crédito: Instituto Geofísico do Equador
Imagem do La Cumbre em 2 de março de 2024. Crédito: Instituto Geofísico do Equador

Por enquanto, caso o vento não mude de direção, não há risco para as ilhas povoadas Isabela, Santa Cruz, Floreana e San Cristóbal.

Por outro lado, caso os fluxos de lava entrem no mar, podem ocorrer pequenas explosões no contato com a água mais fria, liberando gases tóxicos, por isso, as autoridades recomendam que turistas não se aproximem da região.

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